Minas Nativa: a história profunda em Lagoa Dourada - MG.
História profunda; cerâmica; povos indígenas.
A história profunda dos povos que habitavam o município Lagoa Dourada e outros municípios do Campo das Vertentes, Minas Gerais, têm sido objeto de pesquisas no Programa de Pós-Graduação em História na Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Com base nas materialidades remanescentes dos sítios arqueológicos desta área, com destaque para os artefatos cerâmicos, vinculados à tradição Aratu-Sapucaí, objetiva-se desenvolver uma análise que vise maior compreensão da ocupação e presença notória de grupos indígenas, ligados ao tronco linguístico Macro-jês e conhecidos pelas fontes coloniais como Cataguás. Entretanto, podemos ressaltar, a partir de outros trabalhos arqueológicos em Minas Gerais, como que as fronteiras entre tradições arqueológicas não foram as mesmas para as fronteiras culturais entre os grupos indígenas que aqui habitavam. Sendo assim, partimos das análises dos artefatos e suas características pertencentes, tal como fragmentos cerâmicos, líticos e como eles se articulam principalmente entre outras regiões da mesorregião do Campo das Vertentes, como no município de Lavras. Assim sendo, partimos do ponto acima e fluido, no qual a própria paisagem onde permanecem as cerâmicas, a história viva na oralidade dos moradores e na consciência histórica de resguardar os artefatos e o próprio local os quais foram achados. Vê-se, portanto, a importância para uma parcela da comunidade do município dos artefatos que brotam do solo ao longo das suas vivências. Logo, percebe-se uma identificação com esses materiais arqueológicos os quais os próprios moradores se tornam curadores.