Memórias de um massacre: a construção das memórias do Massacre do Carandiru e seus diálogos na dimensão cultural (André du Rap e Mano Brown)
Massacre do Carandiru, Diário de um Detento, André du Rap, memória, testemunho.
A presente pesquisa se refere propriamente à construção das memórias do massacre do Carandiru, ocorrido em 02 de outubro de 1992, presente em duas narrativas: Diário de um Detento e Sobrevivente André du Rap (do massacre do Carandiru). Para além da análise crítica do discurso das duas fontes primárias principais, elabora-se no conceito de memória imediata a repercussão do massacre nos dois maiores veículos jornalísticos de São Paulo, os jornais O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo, analisando as narrativas presentes nos jornais tanto dos detentos quanto dos elementos perpetradores, colocando a memória dos acontecimentos no pavilhão 9 em disputa. Tratando-se das duas fontes primárias, o rap entra como elemento sociabilizador, buscando ser entendida a conjuntura da produção musical independente que era realizada dentro das muralhas do Carandiru e pensando nos dois sujeitos compositores das obras, André du Rap e Mano Brown, como sujeitos que compartilhassem representações da realidade preta e periférica, embora distintos. Por fim, apoiado na metodologia da análise crítica do discurso, faz-se a leitura das obras baseado no coeficiente plurivocal, entendendo quais vozes ecoam em ambas narrativas e a forma que estas constroem as memórias do massacre do Carandiru.