Contaminantes emergentes em ambientes aquáticos: Toxicidade de ftalatos e impacto dos microplásticos em peixes
histologia, dibutilftalato, dietilftalato, microplástico, impacto ambiental
A poluição por plásticos em ambientes aquáticos representa uma ameaça crescente à integridade dos ecossistemas e à saúde dos organismos que os compõem. Entre os poluentes plásticos mais preocupantes estão os microplásticos (MPs), pequenas partículas resultantes da fragmentação de resíduos maiores, amplamente reconhecidos por causarem efeitos fisiológicos adversos em organismos aquáticos. Esses efeitos ocorrem em níveis celular e molecular e podem desencadear alterações histopatológicas em diversos órgãos, como trato digestivo, fígado, brânquias e gônadas. Embora a literatura evidencie esses impactos, a utilização de abordagens histológicas permanece limitada, e grande parte dos estudos é realizada em condições laboratoriais, distantes da complexidade dos ambientes naturais. Isso evidencia a necessidade de pesquisas mais integradas que reflitam as múltiplas interações ecológicas e a exposição simultânea a diferentes contaminantes. Paralelamente aos MPs, compostos químicos associados aos plásticos, como os ésteres de ftalato (PAEs), também vêm sendo amplamente detectados em ambientes aquáticos. Entre eles, o dibutilftalato (DBP) e o dietilftalato (DEP) destacam-se pelo seu potencial tóxico e pela capacidade de interferir em processos biológicos fundamentais, como o crescimento, o metabolismo e a regulação endócrina. Estudos com embriões de zebrafish (Danio rerio) demonstraram que, mesmo em baixas concentrações, esses compostos podem induzir alterações morfológicas, edemas, disfunções cardíacas e comprometimento do desenvolvimento embrionário. Diante da complexidade e das múltiplas vias de contaminação associadas aos MPs e aos PAEs, torna-se essencial ampliar e integrar os estudos que avaliem seus efeitos histológicos e toxicológicos, tanto de forma isolada quanto combinada. Essa abordagem integrada é crucial para uma compreensão mais abrangente dos riscos ecológicos envolvidos e para subsidiar estratégias de mitigação eficazes voltadas à preservação dos ambientes aquáticos e à proteção da saúde pública.