INVESTIGAÇÃO DA PRESENÇA DE MICROPLÁSTICOS NO RIO ITAPECERICA E SUA INTERFERÊNCIA NA BIOLOGIA DE PEIXES: ESTUDO DE BIOMONITORAMENTO E MITIGAÇÃO
microplásticos; ictiofauna; FTIR; Raman; poluição hídrica; rio Itapecerica.
A poluição por microplásticos (MPs) tem emergido como uma preocupação ambiental e de saúde pública devido à sua persistência, ubiquidade e potencial impacto ecológico. Rios urbanos, como o rio Itapecerica que passa pelo município de Divinópolis, Minas Gerais, Brasil, desempenham papel crucial no transporte desses contaminantes para ecossistemas da região. O presente estudo teve como objetivo avaliar a presença e caracterização de microplásticos em amostras de água e na ictiofauna do rio Itapecerica, ao longo das estações seca e chuvosa. As coletas foram realizadas em três pontos distintos do rio, com posterior caracterização dos parâmetros físico-químicos da água. A ictiofauna foi amostrada, identificada taxonomicamente e submetida à análise do conteúdo gastrointestinal. A triagem de microplásticos empregou técnicas de microscopia estereoscópica, espectroscopia Raman e FTIR. Os resultados revelaram a presença de MPs em todos os pontos amostrados e em 26,47% dos indivíduos analisados, com predominância de fibras azuis compatíveis com poliolefinas como polietileno (PE) e polipropileno (PP). Foram observadas variações sazonais nos parâmetros avaliados nas amostras de água, como temperatura, oxigênio dissolvido e turbidez. A ocorrência de MPs tanto na água quanto nos peixes sugere múltiplas fontes potenciais de poluição, relacionadas a efluentes domésticos, industriais e atividades urbanas, reforçando a necessidade de monitoramento contínuo e estratégias mitigadoras.