COMPOSIÇÃO QUÍMICA, AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES ALELOPÁTICA E LARVICIDA E DOS EFEITOS CITOTÓXICO, GENOTÓXICO E ANTIGENOTÓXICO DE Tecoma stans (BIGNONIACEAE)
Tecoma, flores, atividades biológicas, compostos fenólicos, alcaloides
Flores de T. stans foram coletadas no município de Divinópolis-MG e o extrato etanólico (EE) foi obtido por turbo-extração, sendo submetido à partição com hexano (HEX), diclorometano (DCM) e acetato de etila (AC) para obtenção das frações. Os compostos presentes nas frações foram caracterizados por Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas (CG-EM) e Cromatografia Líquida acoplada a Detector de Arranjo de Diodos e Espectrometria de Massas (CL-DAD-EM). A atividade alelopática foi realizada com sementes de alface e cebola, e a análise dos efeitos citotóxico, genotóxico e antigenotóxico foi feita com sementes de cebola. A atividade larvicida foi avaliada utilizando larvas de Artemia salina e Culex quinquefasciatus. Na fração HEX, analisada por CG-EM, as principais classes das substâncias anotadas foram ésteres de ácidos graxos e fitoesteróis. No EE e nas outras frações foram encontrados alcaloides, flavonas, flavonóis e glicosídeos de fenilpropanoides. Na análise da germinação de sementes, a velocidade de germinação das sementes de alface diminuiu significativamente nos tratamentos com EE e frações HEX e DCM. Para as sementes de cebola, destacaram-se as amostras HEX e DCM, sendo sua ação melhor do que o controle positivo em todas as concentrações. Já nas análises do crescimento de plântulas de alface, todos os tratamentos afetaram o crescimento da radícula e hipocótilo. Nos ensaios com cebola, os melhores resultados foram nos tratamentos com as frações HEX e DCM de T. stans, apresentando valores de inibição maiores que 50% a partir da concentração de 500 μg/mL. Nos ensaios de genotoxicidade, apenas a fração AC nas concentrações de 750 e 1000 μg/L apresentou diferença significativa no índice de aberrações cromossômicas, quando comparado ao controle negativo. O extrato e demais frações de T. stans não foram considerados genotóxicos. Na análise do potencial antigenotóxico, o extrato e as frações de T. stans foram capazes de reduzir a genotoxicidade provocada pelo glifosato e pela atrazina, em todas as concentrações testadas. No ensaio de letalidade frente à A. salina, apenas a fração de AC apresentou elevada toxicidade nas concentrações testadas. Quanto à atividade larvicida das amostras de T. stans frente à C. quinquefasciatus, as frações HEX e DCM demonstraram se ativas, com letalidade de até 100% nas primeiras 24 horas. Esse é o primeiro estudo com as flores de T. stans que avaliaram essas atividades.