A presença de contaminantes emergentes, como fármacos, em corpos hídricos tem despertado preocupação devido às potenciais implicações ambientais e à dificuldade de remoção por processos convencionais de tratamento de água. Nesse contexto, a adsorção surge como um método eficaz e de baixo custo para a remoção desses compostos. O presente estudo investigou a eficiência da adsorção de carbamazepina (CBZ) e ciprofloxacino (CIP) em carvão ativado produzido a partir da biomassa do caule e das folhas de aguapé (Eichhornia crassipes). As caracterizações estruturais e químicas do material foram realizadas para avaliar suas propriedades superficiais e os grupos funcionais responsáveis pela interação com os fármacos. Ensaios de equilíbrio, cinética e termodinâmica de adsorção foram conduzidos para determinar a capacidade de remoção e os mecanismos envolvidos. Os resultados mostraram que o modelo de Langmuir melhor descreveu as isotermas, indicando adsorção em monocamada, com capacidades máximas de adsorção de 113,5 mg g-1 para CBZ e 57,6 mg g-1 para CIP. Além disso, o ajuste ao modelo de Temkin sugere influência das interações entre adsorvato e adsorvente. A cinética foi mais bem ajustada ao modelo de pseudo-segunda ordem, indicando quimissorção como o mecanismo predominante. A análise pelo modelo de difusão intrapartícula indicou que esse não é o estágio limitante do processo. Já a análise termodinâmica demonstrou que a adsorção ocorre de forma espontânea e exotérmica. Interações hidrofóbicas e interações π–π desempenharam um papel significativo na adsorção. Os resultados demonstram que o carvão ativado derivado do aguapé é uma alternativa promissora para a remoção de fármacos de águas contaminadas, destacando-se por sua eficiência, baixo custo e sustentabilidade, com potencial para aplicações em processos industriais e ambientais.