ANÁLISE DA COMUNICAÇÃO CLÍNICA EM GRADUANDOS DO FINAL DO CURSO FARMÁCIA: UM ESTUDO MULTICÊNTRICO
Comunicação em saúde, Cuidado centrado no paciente, Comunicação Farmacêutico-Paciente, RIAS, Consulta simulada.
Introdução: Avaliações quantitativas da comunicação medicamentosa com os pacientes foram realizadas e podem contribuir para melhorar a educação e o treinamento. Por exemplo, a comunicação verbal farmacêutico-paciente fornecida pelo Roter Interaction Analysis System (RIAS). Apesar da semelhança da comunicação na prestação de serviços clínicos pelos farmacêuticos e dos avanços no ensino de competências de comunicação, parece não haver dados disponíveis que descrevam as competências de comunicação clínica dos estudantes de farmácia no final do curso.
Métodos: Análise da competência de comunicação entre farmacêutico e paciente por meio de pacientes simulados com queixas de rinite alérgica leve em conforto com 100 alunos do último ano de farmácia das cinco regiões brasileiras. O vídeo foi gravado e foi analisado usando os dois domínios principais: biomédico (27 categorias) e troca socioemocional (14 categorias) da análise Roter Interaction Analysis System. As análises estatísticas foram realizadas usando os testes ANOVA, One Simple t Test, TAMNHane e TUKEY de comparações múltiplas. Destacaram-se os códigos que obtiveram diferença significativa entre as normas, tanto para a tarefa quanto para os códigos socioemocionais.
Resultados: Das 100 entrevistas analisadas, observou-se uma duração média das consultas simuladas de aproximadamente 14 minutos. Houve diferença significativa de acordo com a região brasileira para número de falantes do farmacêutico para o paciente cuja média foi de 183,4 (p= 0,048). Nos códigos de tarefas e nos códigos socioemocionais houve diferença significativa entre os códigos quando comparados por região. Dentre eles: fala Pessoal do farmacêutico (F=2,501, p=0,047); fala de Aprovação para o farmacêutico (F= 5,391, p < 0,001); R/O (F= 3,522, p< 0,010). E no aconselhamento de comunicação biomédica (F = 4,321, p = 0,003).
Conclusão: Os achados do presente estudo corroboram a existência de prescrição em comunicação clínica nas faculdades públicas de farmácia brasileiras, mais evidente em instituições de ensino superior da região Norte do país. Indicando que as disciplinas, principalmente, podem ser apenas observacionais, e ter prática de forma que as habilidades de comunicação na educação em saúde sejam adquiridas desde o início da graduação.