Banca de QUALIFICAÇÃO: AMANÚCHA ALFREDO SÁ GUIMARÃES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : AMANÚCHA ALFREDO SÁ GUIMARÃES
DATA : 07/11/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Campus Centro-Oeste
TÍTULO:
UM PANORAMA GLOBAL DA FILARIOSE LINFÁTICA COM ENFOQUE NOS ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS, ESTRATÉGIAS DE CONTROLE E ELIMINAÇÃO NA GUINÉ-BISSAU

PALAVRAS-CHAVES:
filariose linfática, epidemiologia, estratégias de controle.

PÁGINAS: null
RESUMO:
A filariose linfática (FL) é uma doença tropical negligenciada (DTN) causada por helmintos
Nematoda das espécies Wuchereria bancrofti, responsável por 90% de todos os casos no
mundo e ocorre em regiões tropicais da Ásia, África e Américas, particularmente em áreas de
muita pobreza, e também por Brugia malayi e Brugia timori responsáveis por 10% da doença
no mundo. Os parasitos (W. bancrofti, B. malayi, e B. timori) são transmitidos ao ser humano
através de uma picada de mosquitos fêmeas contaminados dos gêneros Aedes, Anopheles, Culex
e Mansonia, dependendo do continente, causando manifestações clínicas assintomáticas e
sintomáticas como linfedema, hidrocele e elefantíase na sua fase crônica impactando
diretamente na qualidade de vida e econômica do ser humano. Globalmente existe mais de 129
milhões de indivíduos infectados pela FL, contendo maior quantidade de parasitados na Ásia e
África Subsaariana. O programa global de eliminação da FL (PGEFL) baseia-se na
administração em massa de medicamento (MDA) e controle vetorial. A região do Sudeste
Asiático (SEAR) conta com uma população de 1,98 bilhão de habitantes, dos quais 853 milhões
(43%) vivem em áreas endêmicas por FL. O Programa de MDA na região de SEAR (2001-
2018), realizou 5,7 bilhões de tratamentos e consequentemente reduziu cerca de 84,2% dos
infetados. O continente americano tinha 24 países edêmicos, mas devido aos esforços no
trabalho desde que começou o PGEFL atualmente conta com três países endêmicos, Guyana,
Haiti e República Dominicana tendo, Guyana com cerca de 537.2027 indivíduos e Haiti com
4.582.223 indivíduos necessitando ainda de tratamento. A Região africana (AFRO), conta com
cerca de 406 milhões de indivíduos em áreas de risco pela FL, nessa região AFRO existe uma
co-endemicidade dos parasitos filariais: W. bancrofti, Loa loa, Onchocerca volvulus,
Mansonela spp. e Dranculus medinensis que são transmitidos principalmente pelos mosquitos
fêmeas das espécies Anopheles gambiae, An. funestus e An. arabiensis. Um mapeamento feito
de 2000-2019 constatou 35 países endêmicos na África e entre eles, 23 implementaram MDA.
De 2000-2018 houve um progresso no programa de MDA de 1% para 62% de cobertura
regional e também constatou-se a eficácia do controle vetorial integrado com Malária, uma vez
que concorre o mesmo vetor com a FL. Na Guiné-Bissau (GB), a FL é conhecida como
Camtimbó e foi descoberta em 1947, apresentando uma prevalência média de 6% de
parasitados, tendo Bafatá, Gabú e Bijagós como regiões de maior risco em 2005-2009 para FL.
Existe uma co-endemicidade de esquistossomose, helmintíase e oncocercose na GB. O
programa de MDA começou em 2008 e até 2013 foram implementadas 65 unidades de
intervenção Uis e a cobertura nacional do programa em 2023 foi de 42,8% e 67% em 2024.
Cobertura geográfica, 100% das UIs endêmicas. A GB conta com uma meta de eliminação da
FL e outras DTN até 2030. Estratégia de eliminação: tratamento de mulheres, crianças e doentes
acamados, cuidados cirúrgicos à pacientes com hidrocele, monitoramento de microfilaremia,
promoção de mosquiteiros tratados com inseticidas e controle vetorial integrado. Desafios
encontradas além da instabilidade política, existe regiões sem MDA desde 2017, outras com
necessidade de Transmission Assessment Survey (TAS) antes de encerrar o tratamento e a co
endemicidade das DTN. Conclui-se que houve progressos em cobertura de MDA e controle
vetorial a nível global, regional e nacional e que muitos países conseguiram a eliminação adotando essa estratégia. Dado à esses resultados viu-se que a eliminação de FL depende muito
da integração de MDA, controle vetorial, monitoramento contínuo e tratamento de morbidade,
por isso deve-se ter um plano estratégico eficaz principalmente para zonas de dificies acesso,
com co-endemicidade e com a instabilidade política. Espera-se alcançar a eliminação da FL
como problema da saúde na Guiné-Bissau, na África, até 2030.

MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ANDERSON BRANDÃO LEITE
Presidente - 1120957 - GILBERTO FONTES
Externa ao Programa - 3501804 - TALITA PEREIRA VAZ
Notícia cadastrada em: 05/11/2025 11:13
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