OTIMIZAÇÃO DA HIDRÓLISE ENZIMÁTICA DO BAGAÇO DE MALTE VISANDO À PRODUÇÃO DE ETANOL DE SEGUNDA GERAÇÃO
hidrólise enzimática, bagaço de malte, biomassa lignocelulósica, otimização de processos, pré-tratamento ácido-alcalino.
O bagaço de malte, principal resíduo sólido da indústria cervejeira, apresenta elevado potencial para aproveitamento em rotas de bioconversão devido à sua composição lignocelulósica. Neste trabalho, foram investigadas estratégias de pré-tratamento e hidrólise enzimática visando a liberação de açúcares fermentescíveis para aplicação em bioprocessos de segunda geração. Inicialmente, a biomassa foi caracterizada quanto à umidade, granulometria e composição química, além de análise estrutural por FTIR, que evidenciou a remoção de hemicelulose e lignina pelos pré-tratamentos e o consumo da celulose durante a hidrólise enzimática do bagaço de malte. O pré-tratamento sequencial ácido–alcalino foi avaliado por planejamento composto central rotacional (CCRD), considerando teor de sólidos, concentração de NaOH e tempo de reação. Os resultados mostraram que o teor de sólidos foi a variável mais determinante para a solubilização de lignina, resultando em até 5,6 g/L de fenóis totais sob condições brandas (12,99% de sólidos, 1,95% de NaOH, 19,8 min), com mínima perda de açúcares redutores (0,69 g/L). Na etapa de hidrólise enzimática, outro CCRD avaliou o efeito de sólidos, carga enzimática e tempo sobre a liberação de açúcares. O modelo ajustado (R² = 93,4%; R²aj = 84,8%) indicou condição ótima de 9,96% de sólidos, 61,3 FPU/g e 71,7 h, prevendo até 25 g/L de açúcares redutores. A validação experimental confirmou a tendência do modelo, alcançando 19,3 ± 0,8 g/L, significativamente superior às condições sem pré-tratamento. Os resultados comprovam a eficiência do pré-tratamento sequencial associado à hidrólise enzimática, destacando o bagaço de malte como substrato promissor para a produção de bioetanol e outros bioprodutos de valor agregado.