“A importância das Unidades de Conservação da Serra de São José, para a
ictiofauna de riachos”
Unidades de Conservação, Serra de São José, Peixes de riachos, Diversidade, BRUV.
O desaparecimento das espécies é causado principalmente pela destruição de seus habitats, que
resulta das mudanças ambientais provocadas pelas atividades humanas. A preservação da
biodiversidade é um dos desafios mais significativos da atualidade, com cerca de 1 milhão de
espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção de acordo com a Plataforma
Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos
(IPBES) em conjunto com a Organização das Nações Unidas (ONU). Uma abordagem para
proteger as espécies é estabelecer áreas de reservas naturais, conhecidas como Unidades de
Conservação. As UCS desempenham um papel crucial na conservação da biodiversidade e na
mitigação do desmatamento. No entanto, muitas vezes as UCS se concentram em ambientes
terrestres, superando os ecossistemas aquáticos, como rios e riachos. Os riachos são habitats
diversos, com uma grande variedade de peixes de água doce, incluindo muitas espécies únicas e
raras. Esses riachos frequentemente se caracterizam por declives acentuados, podendo
influenciar na composição da ictiofauna, devido ao seu gradiente altitudinal, possuindo
temperaturas mais frias e leitos rasos com areia ou pedras, resultantes do fluxo de água de áreas
montanhosas, como é o caso das UCS da Serra de São José. Deste modo, o presente estudo teve
como objetivo avaliar a composição da ictiofauna nas drenagens das UCS da Serra de São José,
Área de Proteção Ambiental São José e do Refúgio Estadual de Vida Silvestre Libélulas da Serra
de São José. Para tanto foram determinadas as diversidades alfas (α) e beta (β) em riachos que
drenam a porção norte destas UCS, permitindo comparar a de trechos de um mesmo riacho que
estão dentro dos limites legais dessas áreas protegidas, e em sua zona de amortecimento, através
do uso de estações remotas de vídeo subaquático iscadas (BRUV - “Baited Remote Underwater
Video”). Método de inventariamento não-invasivo (e/ou não-destrutível), de razoável custobenefício
e aplicação descomplicada, com eficiência comprovada para este tipo de ambiente.
Entretanto, para se entender melhor a dinâmica da distribuição de espécies em áreas
contempladas por UCS e sua Zona de Amortecimento, é necessário se conhecer quais e como
estas espécies estão distribuídas nesses diferentes trechos.