Perfil de Apreensão de Animais Silvestres no Brasil: uma análise do Sistema de Informações dos Cetas (SisCetas)
CETAS, conservação, destinação, tráfico de animais, Siscetas.
O tráfico de animais silvestres configura-se como uma das principais ameaças
à biodiversidade brasileira, impactando negativamente aspectos ecológicos, sanitários e
socioeconômicos. O Brasil, com sua diversidade de biomas e uma vasta malha viária e hidroviária,
apresenta condições favoráveis para a circulação e a comercialização ilegal de fauna, especialmente
em regiões com carência de áreas protegidas e fiscalização ambiental. Este estudo tem como objetivo
analisar o perfil das apreensões de animais silvestres no país entre 2019 e 2025, a partir dos dados
centralizados no Sistema de Gestão dos Centros de Triagem de Animais Silvestres (SisCETAS) do
IBAMA. A pesquisa busca identificar as espécies mais frequentemente apreendidas, quantificar o
número de indivíduos por espécie encaminhados aos CETAS, avaliar o estado de saúde dos animais
ao ingresso, mapear a distribuição espacial das apreensões e relacionar esses dados à infraestrutura
de transporte (rodoviária e hidroviária), à presença e extensão de áreas protegidas e a indicadores
socioeconômicos regionais, como IDH e IDEB. Os dados sobre malha viária e hidroviária serão
obtidos junto ao DNIT, IBGE e ANTAQ; informações sobre áreas protegidas serão coletadas no
Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC/MMA) e no ICMBio; já os indicadores
socioeconômicos, no IBGE. Todas as informações serão organizadas em planilhas digitais e
analisadas estatisticamente no software R, incluindo testes de normalidade (Anderson-Darling),
cálculo do índice de diversidade de Shannon-Wiener para cada Estado e correlações de Pearson ou
Spearman entre o número e a diversidade das apreensões de animais com as variáveis ambientais e
socioeconômicas estudadas. Espera-se encontrar maior concentração de apreensões próximas a
corredores de transporte, em estados e municípios com menor cobertura de áreas protegidas e em
regiões de menor desenvolvimento socioeconômico, reforçando a influência dessas variáveis sobre a
dinâmica do tráfico de fauna silvestre. Os resultados do estudo contribuirão significativamente para
a compreensão dos padrões espaciais das apreensões e subsidiarão estratégias mais eficazes de
fiscalização, conservação e educação ambiental, colaborando para a proteção e manejo sustentável da
biodiversidade brasileira.