O PAPEL DA ERGONOMIA PARA A PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA: PRÁTICAS DE ERGONOMIA EM SECRETARIAS DE CURSOS E DEPARTAMENTOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI
Ergonomia. Qualidade de Vida no Trabalho. Técnico Administrativos em Educação. Servidores Públicos. Administração Pública.
A ergonomia investiga a relação entre o ser humano e o ambiente de trabalho, observando as dimensões física, cognitiva e organizacional, visando a melhor adaptação possível do trabalho ao homem, mitigando os efeitos negativos e penosidades. Em tal sentido, esta dissertação se propôs a analisar o papel da ergonomia na promoção da qualidade de vida, direcionando o foco para o contexto laboral. Especificamente, buscou compreender quais ações podem favorecer a implementação de práticas de ergonomia em secretarias de cursos e departamentos na Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Justifica-se o estudo pela necessidade de
maior satisfação e produtividade dos servidores, contribuindo para a redução do absenteísmo, ao minimizar lesões e doenças relacionadas ao trabalho, ainda, pela necessidade de eficiência e eficácia dos serviços prestados pelos servidores públicos, que dependem, em grande parte, de condições adequadas para a realização do trabalho. Além de entrevistas com secretários(as) e chefias de curso e departamento da UFSJ, foram explorados estudos científicos, normas técnicas e legislação pertinente, a fim de fornecer um embasamento sólido para a discussão proposta. Os resultados indicaram que, em um levantamento nacional, com 110 Instituições
Federais de Ensino (IFEs), 40 possuem resoluções sobre Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), com foco crescente em saúde mental e abordagem holística, e 58 reportaram práticas ergonômicas, como adequação de postos de trabalho (seguindo a NR 17) e programas de ginástica laboral. Na UFSJ, as entrevistas com os oito secretários revelaram desafios significativos, devido a: mobiliário inadequado, condições ambientais desfavoráveis (temperatura, ruído), dificuldades com sistemas, sobrecarga pontual, falta de treinamento
adequado, autonomia limitada para decisões e falhas na comunicação, com uma percepção geral de que a instituição não incentiva, ativamente, os cuidados com a saúde e que o servidor se adapta ao trabalho, e não o inverso. As percepções das duas chefias entrevistadas foram parcialmente alinhadas, mas tenderam a subestimar o impacto dos listados fatores, evidenciando a necessidade de melhor diálogo. Como objetivo final, foi proposto um plano de ações integradas para práticas de ergonomia para a UFSJ, utilizando a metodologia 5W2H, sugerindo a criação de uma política formal de QVT/Ergonomia, estabelecimento de comitês
específicos, implementação de campanhas de conscientização e treinamentos, melhorias no ambiente físico (mobiliário, condições ambientais), criação de canais de comunicação e suporte, e um sistema de avaliação e monitoramento contínuos.