AÇÕES AFIRMATIVAS DE PERMANÊNCIA NA PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU: UM ESTUDO NAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR DE MINAS GERAIS
Palavras-chaves: Políticas públicas educacionais; ações afirmativas; pós-graduação stricto sensu; política de permanência.
A redemocratização do país após 1988 possibilitou a ascensão de políticas públicas direcionadas a grupos historicamente excluídos, a fim de impulsionar a redução das desigualdades, as quais pressionam as minorias sociais. Em relação à educação, a democratização de oportunidades de acesso ao ensino superior passou por mudanças significativas e históricas ao adotar políticas de ações afirmativas possibilitando o acesso as instituições superiores de ensino de alunos advindos de escolas públicas e de baixa renda, bem como de cidadãos indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência (PCD) e autodeclarados pretos e pardos. Diante desse contexto, pretende-se averiguar as políticas de permanência para discentes que acessaram a pós-graduação stricto sensu por meio de cotas nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) de Minas Gerais, com vistas a identificar a contribuição dessas políticas para permanência dos alunos beneficiados no âmbito da pós-graduação stricto sensu. Para alcançar tal objetivo, a pesquisa de natureza qualitativa, foi conduzida por meio das técnicas de pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e entrevista semiestruturadas conduzidas na modalidade “em profundidade”. A pesquisa documental contemplou as resoluções das universidades sobre a política de ação afirmativa e a entrevista foi aplicada aos discente cotistas e aos coordenadores de programas de pós-graduação stricto sensu. Os dados empíricos obtidos na pesquisa documental e nas entrevistas foram analisados por meio da Análise de conteúdo por Bardin (1997), com auxílio do software IRaMuTeQ. Há indícios de que a normatização das políticas de acesso de ações afirmativas, nas IFES do Estado de Minas Gerais, na pós-graduação stricto sensu não garante a permanência dos alunos beneficiados por essa política e diferentemente do acesso, não há uma regra geral voltadas para aspectos de permanência, material ou simbólica, os quais são tratados de maneira individual e diferenciada por cada programa ou então, nem são considerados nos programas de pós-graduação.