Roda Viva: uma resistência artística aos anos de chumbo
Palavras-chave: Roda Viva; Teatro; Ditadura Militar; Memória; Resistência.
Esta pesquisa propõe uma análise histórica do papel do teatro brasileiro como instrumento de resistência política, com foco nas montagens de peça “Roda Viva”, de Chico Buarque de Holanda, dirigidas por José Celso Martinez Corrêa, em 1968 e 2018. A montagem de 1968 é examinada ao contexto da Ditadura Militar (1964-1985), destacando sua resiliência frente a cesura e a violência, sua capacidade de mobilizar a opinião pública, e seu impacto cultural até 1985. A remontagem de 2018 e analisada como resposta à ascensão da extrema direita no Brasil, explorando sua adaptação estética e política para dialogar com os desafios contemporâneos. Por meio de pesquisa documental e bibliográfica utilizando fontes primárias e secundárias, o estudo investiga o processo criativo da peça, a formação do elenco, as escolhas do autor e diretor, e sua recepção pelo público em ambos os períodos. A abordagem teórica fundamenta-se no conceito de rastro de Walter Benjamin, buscando fragmentos históricos que revelem dinâmicas de aceitação e repulsa da obra. A pesquisa visa compreender o legado de “Roda Viva” na luta política e sua relevância cultural, contribuindo para a reflexão sobre o papel do teatro na resistência ao autoritarismo e na preservação da memória democrática brasileira.