ANÁLISE DOS FLUXOS DE ÁGUA VIRTUAL NO SISTEMA PRODUTIVO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Água Virtual; Regiões Geográficas Intermediárias de Minas Gerais; Matriz de Insumo- Produto.
A água é um recurso vital para a sobrevivência da humanidade. O aumento da produção de alimentos, o desenvolvimento de fontes de energia dependentes de água, o crescimento populacional e econômico tem gerado pressões que impulsionam o consumo de água. O Brasil é um dos principais exportadores de produtos agropecuários, faturados e manufaturados, contribuindo de forma significativa para o consumo de água na produção. Nesse cenário, o Estado de Minas Gerais é o segundo mais populoso do País e desempenha um papel notório na contribuição para a exportação brasileira. Contudo, a demanda crescente por água e as limitações em relação a sua oferta têm exigido novas práticas e ferramentas que promovam a eficiência no uso da água em todas as suas etapas, desde a sua distribuição até o consumo final, incluindo o processo produtivo, e que incentivem a sua racionalização. O problema central desta pesquisa é compreender como os diferentes setores produtivos em Minas Gerais consomem água e como esses fluxos impactam a sustentabilidade hídrica no estado. Nesse contexto, a pegada hídrica e a água virtual se destacam como conceitos científicos que atuam como indicadores do uso e apropriação da água em diferentes perspectivas, seja na produção ou no consumo. Sendo assim, o presente estudo buscou analisar os fluxos de água virtual no sistema produtivo do Estado de Minas Gerais e das suas Regiões Geográficas Intermediárias (RGInts). Para tanto, utilizou-se a Matriz Insumo-Produto das Regiões Geográficas Intermediárias para o ano de 2019, divulgada pela Fundação João Pinheiro, e técnicas de coeficientes de requerimento de insumo-produto, permitindo análises intersetoriais detalhadas entre 42 setores econômicos. Os resultados conclusivos sinalizam que o setor com maior requerimento total de consumo de água em Minas Gerais é a pecuária, inclusive o apoio à pecuária (S2), enquanto o setor com maior requerimento de uso de água é a energia elétrica, gás natural e outras utilidades (S28). Esses achados revelam as intensas demandas hídricas dos setores produtivos e suas possíveis implicações para a gestão sustentável da água no estado. Além disso, as implicações políticas sugerem a necessidade urgente de políticas públicas voltadas para a eficiência no uso da água, incentivando a racionalização e a adoção de práticas sustentáveis que considerem os impactos ambientais dos setores mais intensivos no consumo de água. Tais políticas são essenciais para garantir a segurança hídrica e o desenvolvimento sustentável em Minas Gerais.