HANNAH ARENDT E A VIOLÊNCIA COMO
FENÔMENO CRIADOR E TRANSFORMADOR DE
CORPOS POLÍTICOS
justificação; poder; revoluções; totalitarismo; violência.
Esta pesquisa tem como objetivo a análise do pensamento de Hannah Arendt
acerca do papel da violência enquanto fenômeno de intervenção na política e de que maneira
isso pode repercutir na criação e na transformação de corpos políticos. O problema que
almejamos enfrentar é o seguinte: podemos considerar a violência como um expediente
justificável e legítimo em relação ao agir político? Para a elucidação da resposta, pretendemos
percorrer um caminho que perpassa o contexto das revoluções, com a derrubada violenta de
regimes despóticos em prol da criação de estruturas constitucionais e republicanas.
Posteriormente, partiremos da análise arendtiana da conjuntura da república, que contrapõe a
violência a um sistema de poder reconhecido socialmente. Por último, pautaremos pela
realidade do totalitarismo, que se fundamenta em um regime altamente repreensivo, o qual
encontra na violência a sua base de surgimento e sustentação. A título de hipótese, a priori,
estamos de acordo com Arendt, na perspectiva de que a violência possa ser justificada, haja
vista que pode apresentar-se como inevitável ou racional a depender da situação, mas não
legitimada como meio válido e usual de ação na política, dada a sua tendência corrosiva para
as republicas e democracias contemporâneas.