CULTURA, PSEUDO-CULTURA E INDIVÍDUO NO JOVEM NIETZSCHE
Cultura, Bildung, Filosofia política, Modernidade.
Essa dissertação pretende estruturar a defesa da existência de um projeto cultural de Friedrich
Wilhelm Nietzsche (1844-1900), perpassado por Wagner. A primeira obra a ser utilizada
consiste em O nascimento da tragédia, almejando, posteriormente, analisar se esse projeto do
autor guarda continuidade em suas obras seguintes, a saber, nas quatro Considerações
Extemporâneas. As mudanças de pensamento que ocorrem nas Extemporâneas, que vão de
encontro com o pensamento anterior de O nascimento da tragédia, serão esmiuçadas. É um
consenso, entre os pesquisadores do autor, que as obras extemporâneas revelaram Nietzsche
como um grande pensador da cultura. Além disso, pretende-se abordar uma pesquisa acerca
dos problemas que o avanço do capitalismo industrialista acarretou à formação da cultura do
novo Estado Alemão. Os conceitos Kultur e Bildung serão utilizados, a fim de realizar uma
reflexão filosófica para uma melhor compreensão das problemáticas desse período histórico e
das mudanças de pensamento ocorridas na sociedade alemã. Para isso, o embasamento teórico
e filosófico será utilizado de obras de Friedrich Nietzsche como a obra supracitada: O
nascimento da Tragédia: Os gregos e o pessimismo, Primeira consideração intempestiva:
David Strauss: o devoto e o escritor, Segunda consideração intempestiva: Sobre a utilidade e
os inconvenientes da História para a vida, Schopenhauer como educador, Estudo sobre nossos
estabelecimentos de ensino, Humano, demasiado humano: um livro para espíritos livres e
Ecce Homo. As duas últimas obras aparecem nessa dissertação devido à relação intrínseca que
têm com a primeira fase do pensamento do autor. Humano I, pois é o início da fase
intermediária do pensamento de Nietzsche. O objetivo é mostrar rapidamente o que muda de
uma fase para o início da próxima, ilustrar a sua mudança de objetivos e pensamento. Em
relação a Ecce Homo, o capítulo relacionado ao Nascimento da Tragédia interessa pois
demonstra a visão que Nietzsche, em sua fase madura, tinha em relação ao trabalho de sua
juventude. Por fim, obras de especialistas do autor também serão utilizadas, como, por
exemplo, o trabalho de Domenico Losurdo, intitulado Nietzsche: O Rebelde Aristocrata,
Nietzsche como pensador político de Keith Ansell-Pearson, Ser humano, cultura e sociedade
no jovem Nietzsche, do professor Dr. Márcio Benchimol Barros e Em busca de um lugar ao
sol: Nietzsche e a cultura alemã, do pesquisador brasileiro Ivo da Silva Júnior.