USO DE COSMÉTICOS PARA O MANEJO DA ERITRODISESTESIA PALMO – PLANTAR (SÍNDROME MÃO-PÉ) EM PACIENTES ONCOLÓGICOS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA E VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Síndrome Mão-Pé. Antineoplásicos. Cosméticos.
Introdução: O termo câncer se restringe a uma única palavra que aborda mais de 100 diferentes tipos de doenças malignas, que possuem em comum o crescimento desordenado de células, com capacidade de migração e de invadir tecidos adjacentes ou até órgãos distantes. Doença capaz de atingir e de afetar populações no mundo inteiro, independente da faixa etária, sexo, condição socioeconômica, arranjo familiar ou educação. É classificada como uma doença crônica não transmissível, e essas se apresentam como um problema global de saúde gerando, além de elevado número de mortes prematuras, a perda na qualidade de vida, associada a um grau de limitação e incapacidade. O foco do tratamento oncológico restringe-se frequentemente à doença, ficando em segundo plano os efeitos dermatológicos e de autoimagem, ou seja, o tratamento oncológico tem por objetivo primário controlar e/ou eliminar as células cancerígenas. No entanto é comum o tratamento ser acompanhado por reações adversas relacionadas à própria patologia ou ao tratamento proposto. Objetivo (s): Realizar revisão sistemática de artigos, com abordagem clínica, relacionados à prevenção e/ou manejo da síndrome mão-pé, considerando o uso de preparação cosmética e elaborar e validar um instrumento de avaliação da qualidade de vida de pacientes com eritrodisestesia palmoplantar (síndrome mão-pé) junto a especialistas. Materiais e métodos: A primeira etapa do trabalho foi uma revisão sistemática da literatura em cinco bases de dados diferentes: Scopus, Web of Science, Science Direct, Pubmed e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram combinados diferentes descritores Mesh utilizando-se operador booleano. A busca e elaboração da presente revisão obedeceram às diretrizes propostas pela recomendação PRISMA. Em seguida foi elaborado um instrumento de coleta de dados submetido ao comitê de ética CAAE: 40485320.0.0000.5545 e posteriormente foi submetido a uma validação por juízes. Resultados: A estratégia de busca nas bases de dados e o processo de seleção resultou em um total de 10 artigos elegíveis para a revisão. Dentre esses estudos eleitos até então acreditava-se que a síndrome mão pé era associada a quimioterapia à base de capecitabina e que o manejo clínico eficaz da síndrome era a interrupção ou redução da dose da quimioterapia. Diante dos resultados apresentados pelo estudo o manejo da síndrome mão-pé com cosméticos foi mais vantajoso que o manejo farmacológico, sendo a ureia eleita como o melhor hidratante com uma capacidade de retardar o desenvolvimento da síndrome e de regredir os graus já instalados. Conclusão: Em todos os estudos descritos nessa revisão não houve necessidade de interrupção da quimioterapia e alguns apresentaram casos de regressão do grau da síndrome com o uso de cosméticos, sendo assim o manejo cosmético além contornar um efeito colateral do tratamento, melhora também a qualidade de vida do paciente.