ASSOCIAÇÃO ENTRE OS ACHADOS HISTOPATOLÓGICOS E O DIAGNÓSTICO DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR, CONFIRMADO POR PCR, EM UMA REGIÃO ENDÊMICA DO INTERIOR DO BRASIL: UM ESTUDO TRANSVERSAL
Leishmaniose cutânea, diagnóstico, PCR, histopatologia.
Introdução: As Leishmanioses são enfermidades de áreas tropicais e subtropicais que se apresentar desde pequenas lesões cutâneas até desordens viscerais que podem evoluir para a morte e seu diagnóstico ainda é uma tarefa difícil, com baixa sensibilidade do exame histopatológico. O presente trabalho teve por objetivos realizar uma revisão sistemática da literatura com metanálises para analisar a acurácia dos métodos diagnósticos de Leishmaniose Tegumentar nas Américas e identificar os critérios histopatológicos que permitiriam selecionar os casos de maior suspeição para leishmaniose, os quais devam ser enviados para análise molecular. Métodos: estudo observacional, transversal e retrospectivo que avaliou por PCR e exame histológico amostras de pele recebidas durante nove anos de casos clinicamente suspeitos para leishmaniose enviados ao Laboratório de Citologia e Anatomia Patológica (CIAP), Divinópolis-MG, Brasil. Resultados: os resultados do presente estudo demonstram que as variáveis histológicas avaliadas não apresentaram significância estatística com o resultado do PCR: ulceração (p= 0.231), hiperplasia de epiderme (p= 0.595), hiperceratose (p= 0.103), presença de granuloma (p= 0.280), neutrófilos (p= 0.475), histiócitos (p= 0.241), linfócitos (0.543), plasmócitos (0.291), proliferação dos vasos (0.359), vasculite (0.321), necrose (0.746). Limitação: Trata-se de material de uma única instituição com pequeno número de casos negativos para a PCR. Outra limitação do estudo é a falta de tipagem das espécies de Leishmania, devido a técnica de PCR utilizada. Conclusões: os dados do presente estudo ressaltam a elevada especificidade da microscopia, com 100% de concordância com o resultado do PCR para os casos clinicamente suspeitos, em uma região endêmica do interior do Brasil, nos quais ocorreu identificação da amastigota. No entanto nenhum achado histopatológico de forma isolada é capaz de predizer os casos positivos à PCR.