Um diálogo possível: Metaética e Neurociência – O Caso do Amoralista
Metaética; Internismo; Amoralista; Cognitivismo.
Problemas filosóficos apresentam uma peculiaridade intrínseca. É comum observar teorias que advogam concepções inteiramente contraditórias coexistindo, ostentando igual possibilidade de aceitação. Tal fenômeno decorre da natureza abstrata da investigação filosófica, que se mantém em um terreno onde a certeza é escassa.
Esta pesquisa busca demonstrar a viabilidade de uma investigação filosófica enriquecida por conhecimentos oriundos de outras áreas do saber, notadamente da neurociência, onde há um consenso relativamente maior do que no campo filosófico. O foco principal aborda o problema das teorias da motivação moral no contexto da metaética. Por meio da integração de pesquisas provenientes da neurociência e da psicologia cognitiva, procedo à reconstrução do “argumento do amoralista”. Com base nessa reconstrução, apoiada em contribuições de outras disciplinas, pretendo evidenciar a possibilidade de que determinadas teorias metaéticas possuam maior probabilidade de acerto do que outras. Em suma, este estudo propõe que a filosofia pode se valer do conhecimento de outras ciências para, quiçá, encontrar respostas para suas indagações.