Imobilização da Enzima β-glicosidase do fungo Trichoderma yunnanense em nanopartículas magnéticas
biocatálise; beta-glicosidase; imobilização, biomateriais, nanopartículas magnéticas.
Este trabalho teve como objetivo principal sintetizar um material biocatalítico partindo de nanopartículas magnéticas e da enzima β-glicosidase para aplicação na conversão de isoflavonas em derivados de soja. A enzima β-glicosidase foi produzida pelo fungo Trichoderma yunnanense e purificada parcialmente utilizando-se cromatografia de troca iônica. A imobilização da β-glicosidase foi realizada em nanopartículas magnéticas modificadas, onde a imobilização manteve 58% da atividade relativa da enzima purificada. Após o primeiro ciclo de utilização a enzima imobilizada manteve 42% da atividade e em torno de 20% da atividade por 3 ciclos posteriores. Após a imobilização, foi realizada a caracterização bioquímica e a caracterização do material. A temperatura ótima encontrada foi de 60 °C para ambas formas da enzima, livre e imobilizada. Também foi determinado o pH ótimo, sendo de 6,5 e 5,5 para as enzimas livre e imobilizada, respectivamente. As enzimas livre e imobilizada apresentaram sensibilidade à maioria dos íons, perdendo a atividade. Exceção foram os íons cloreto de potássio e o sulfato de cobre que ativaram ambas enzimas. A enzima imobilizada apresentou melhor desempenho para termoestabilidade a 50 °C mantendo atividade até 280 minutos de pré-incubação enquanto a enzima livre manteve-se ativa por 180 minutos. A 70 °C, a enzima imobilizada apresentou atividade por até 60 minutos de pré-incubação, enquanto a enzima livre perdeu totalmente a atividade. A caracterização do material foi realizada por análises em microscopia eletrônica de varredura (MEV), espectroscopia de absorção na região do infravermelho e termogravimetria confirmando a síntese de interesse. As micrografias revelaram uma superfície lisa e homogênea para as nanopartículas magnéticas sem modificações, e o material foi apresentando heterogeneidade a medida que os grupamentos foram adicionados. A magnetita, que foi o material utilizado como nanopartícula magnética para esse trabalho, apresentou baixo índice de degradação térmica até 800 °C. A medida que os grupamentos orgânicos foram adicionados a porcentagem em massa de degradação térmica do material aumentou. Pouca diferença no teor de degradação térmica foi observada entre as etapas de adição do grupamento amino e imobilização da enzima.