O ‘Correio Paulistano’ e as representações das políticas de mão de obra: projeções sobre escravidão e imigração (1882-1888)
imprensa; escravidão; Partido Conservador; Antônio Prado.
Este trabalho examina o jornal Correio Paulistano, no contexto do fim do Império no Brasil, quando o periódico passa a ser o órgão da União Conservadora na província de São Paulo. Propriedade do fazendeiro e chefe da União Conservadora paulista, Antônio da Silva Prado, de 1882 até 1888, o Correio assume lugar de destaque no cenário da imprensa nacional, promovendo um importante arsenal de opiniões nos embates com os demais grupos políticos do Império. Foram analisadas sua posição diante da escravidão e do processo imigratório no momento de intensa discussão acerca das possibilidades de transição da mão de obra no Brasil. Diretamente ligado aos interesses da ala escravagista da província, o Correio Paulistano proferiu artigos e opiniões que defendiam a manutenção dos privilégios senhoriais, incluindo a escravidão, até 1887. A partir desta data, houve uma mudança de posição. Diante dos fatores agravantes na crise da hegemonia escravista e dos desdobramentos positivos das iniciativas imigrantistas de Antônio Prado, passou a defender o fim próximo da escravidão em São Paulo, forjando a imagem “abolicionista” da folha e de seu proprietário que prevaleceria na memória posterior à abolição.