Banca de DEFESA: HARLEY DA SILVA TAVARES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : HARLEY DA SILVA TAVARES
DATA : 27/07/2020
HORA: 09:00
LOCAL: UFSJ - CCO
TÍTULO:

DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS POLIMÉRICOS DE IMPLANTAÇÃO INTRAOCULAR DESTINADOS AO TRATAMENTO DA TOXOPLASMOSE


PALAVRAS-CHAVES:

Espiramicina, Toxoplasmose ocular, Toxoplasma gondii, micro implante intraocular, poli(D,L- ácido láctico-co-ácido glicólico) (PLGA).


PÁGINAS: 165
RESUMO:

Toxoplasmose ocular é uma apresentação clínica caracterizada pela inflamação da retina/coroide, sendo a principal causa de uveíte posterior infecciosa no mundo. O objetivo desse trabalho consistiu no desenvolvimento de micro implantes intraoculares de poli(D,Lácido láctico-co-ácido glicólico) (PLGA) e espiramicina destinados ao tratamento da toxoplasmose ocular. Foram preparadas soluções dissolvendo entre 8,33% a 25% (p/p) de espiramicina e 75% a 91,67% (p/p) de PLGA 50:50, PLGA 80:20 e PLGA 85:15, em acetonitrila. Após evaporação da acetonitrila, a mistura de pós foi moldada em temperatura entre 40 e 45 ºC. Os micro implantes obtidos foram caracterizados por meio de Espectroscopia de Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR), Termogravimentria (TGA), Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC), Difração de RaiosX (DRX) e Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). O método de quantificação por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) da espiramicina presente nos micro implantes e em humor vítreo foi desenvolvido e validado. O estudo de liberação in vitro foi realizado em tampão fosfato de potássio (PBS) pH 7,4 seguindo as condições de esgotamento e avaliada a tolerância ocular por meio do teste em membrana córionalantóide de ovo embrionado de galinha (HET-CAM). O estudo de biocompatibilidade in vitro foi realizado utilizando-se as células do epitélio pigmentar da retina humana (ARPE19), avaliando-se a citotoxicidade pelo ensaio de redução de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5- difenil-2H tetrazolato de bromo (MTT), bem como por meio da interferência do ciclo celular e migração destas células. A eficácia anti-toxoplasma dos implantes também foi conduzido. Obtiveram-se micro implantes cilíndricos com massa entre 2,85 mg e 3,15 mg, comprimento entre 2,78 e 3,22 mm e diâmetro entre 0,85 mm a 0,95 mm. Os espectros FTIR demonstraram preservação das bandas de absorção típicas dos PLGA e da espiramicina após incorporação deste fármaco às matrizes poliméricas. Os termogramas TGA e DSC evidenciaram o desaparecimento do pico característico da espiramicina após o desenvolvimento da formulação, atribuido à dispersão molecular do fármaco dentro da matriz polimérica. A análise dos difratogramas mostraram picos sugestivos de compostos semicristalinos, provavelmente induzidos pelo aquecimento. A análise morfológica dos micro implantes obtidos a partir de PLGA 50:50 mostrou que a superfície era lisa e homogênea. Já as superfícies dos micro implantes obtidos de PLGA 80:20 e 85:15 mostraram-se rugosas e heterogêneas, com presença de poros ou canais. O método analítico desenvolvido foi validado mostrando-se linear, seletivo, preciso, exato e robusto. O fármaco apresentou-se uniformemente distribuído nos micro implantes, com teores que variaram entre 97% e 103% do valor rotulado. Através da análise por MEV foi possível verificar a influência de poros ou canais presentes na matriz polimérica sob a difusão da espiramicina. Os micro implantes promoveram a liberação controlada da espiramicina, sendo que aproximadamente 99% a 103% fármaco foram liberados pelos micro implantes compostos de PLGA 50:50 em 56 dias consecutivos e, PLGA 80:20 ou PLGA 85:15 em 42 dias consecutivos. Os micro implantes foram classificados como não irritantes de acordo com o HET-CAM, sugerindo que esses sistemas serão bem tolerados após inserção na cavidade vítrea do olho. Os micro implantes tiveram baixa toxicidade frente às células ARPE-19 e não promoveram distúrbios no processo de migração destas células ou modulação do ciclo celular e demonstraram serem efetivos contra o Toxoplasma gondii. Atualmente, no mercado farmacêutico não existem micro implantes intraoculares poliméricos contendo fármacos anti-toxiplasmose aprovados e disponíveis, o que destaca esses sistemas como uma alternativa para o tratamento da toxoplasmose ocular. 


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 050.796.656-29 - GISELE RODRIGUES DA SILVA - UFOP
Externo ao Programa - 1150851 - RENE OLIVEIRA DO COUTO
Externo ao Programa - 1719911 - JULIANA TEIXEIRA DE MAGALHAES
Externo à Instituição - SANDRA APARECIDA DE LIMA MOURA - UFOP
Externo à Instituição - ANDRE LUIS MORAIS RUELA - UFOP
Notícia cadastrada em: 04/08/2020 17:35
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