COMPOSIÇÃO QUÍMICA E AVALIAÇÃO DAS ATIVIDADES ANTIOXIDANTE E LARVICIDA DOS EXTRATOS, ÁCIDOS GRAXOS E ÉSTERES METÍLICOS DO PERICARPO DE Tecoma stans (L.) Juss. Ex Kunth (BIGNONIACEAE)
Ácidos Graxos, Tecoma stans, inseticida, atividade antioxidante, atividade larvicida, Culex quinquefasciatus, FAME.
Atualmente, há um crescente interesse pelos antioxidantes e inseticidas provenientes dos extratos vegetais a partir de plantas aromáticas e medicinais, cereais, frutas, consideradas fontes de antioxidantes naturais e bioinseticidas, e isso também é economicamente interessante. O controle de insetos com inseticidas sintéticos causa grande impacto ambiental e, consequentemente, também à saúde pública, por não serem biodegradáveis e por serem bioacumulativos. Nesse contexto, o ipê-mirim, guarã-guarã, ipê-de-jardim, amarelinho e caroba amarela, alguns dos nomes pelos quais a espécie Tecoma stans (L.) Juss. Ex Kunth (Bignoniaceae) é conhecida, se torna interessante. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar as atividades antioxidante e o potencial larvicida do pericarpo de T. stans a partir dos extratos hexânico (EH), extrato metanólico (EM) e seus ácidos graxos (AG) e ésteres metílicos (FAMES). Os extratos foram obtidos com hexano e metanol em aparelho Soxhlet, hidrolisados e esterificados para obtenção de AG e FAME, respectivamente, sendo analisados por Cromatografia Gasosa e Espectrometria de Massa (CG-EM), para determinar sua composição. Na triagem fitoquímica, foi detectada a presença de esteroides, triterpenos, alcaloides e cumarinas para EH, já para EM somente verificou-se a presença de alcaloides e cumarinas. Na análise por CG-EM, foi identificado como composto majoritário (81,69%) no extrato hexânico, o hidrocarboneto nonacosano. No FAME (EH), os compostos majoritários foram o hexadecanoato ou palmitato de metila (C16:0), 9, 12-octadecadienoato ou linoleato de metila (C18:2) e 9, 12, 15 -octadecatrienoato ou linolenato de metila (C18:3), já no FAME (EM), o composto majoritário foi o hexacosanoato de metila (C26:0). Na avaliação da atividade antioxidante, as amostras foram efetivas em todas as concentrações testadas (1, 10, 100, 250 e 500 µg/mL) pelo método DPPH, com potencial antioxidante, com porcentagens de inibição que variaram de 63,70 a 96,10% na concentração de 500 µg/mL. As amostras foram mais efetivas que o BHT na captura dos radicais DPPH, porque apresentaram menores valores de CE50. No teste FRAP, as amostras apresentaram um menor potencial antioxidante. Por essa metodologia, o destaque foi para o extrato metanólico que teve uma atividade similar ao do BHT. Os resultados para a letalidade em A. salina mostraram que o FAME do extrato hexânico e o FAME do extrato metanólico podem ser considerados tóxicos com DL50 < 1000 µg/mL. Já no teste de suscetibilidade em larvas de Culex quinquefasciatus, foi possível observar que o extrato hexânico e seus ácidos graxos possuem atividade larvicida, porque promoveram a mortalidade das larvas. Entretanto, esse efeito é considerado pouco efetivo de acordo com a literatura. Dessa forma, pode-se concluir que este trabalho é inédito e importante porque contribuiu para a identificação de compostos presentes no pericarpo de T. stans, assim como para a avaliação das atividades biológicas dessa espécie.