Culex quinquefascitus, inseticidas, bioquímica, análise histológica
O mosquito Culex quinquefasciatus é predominante em áreas urbanas em muitos países tropicais e é responsável pela transmissão de diversas doenças. Desta forma, diferentes substâncias são utilizadas como a principal forma de combater este inseto vetor, entretanto, os pesticidas utilizados têm sido pouco eficientes no combate aos mosquitos. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a ação de seis classes de xenobióticos: Revolution (selamectina), Bravecto (fluralaner), Tiger® 100 EC (piriproxifem), Actara® 250 WG (tiametoxam), Vectobac® WG (Bacillus thurigiensis var israelenses- Bti) e Original Neem® (azadiractina) sobre larvas de 3º instar de C. quinquefasciatus. Os pesticidas foram obtidos comercialmente e o principio ativo do Bravecto, extraído e caracterizados por técnicas de ponto de fusão e espectroscopia na região do infravermelho. A CL50 foi determinada e a avaliação histológica e bioquímica realizada após a exposição das larvas a CL50 por 24 horas. Os pesticidas apresentaram as seguintes doses letais: 1,07x10-2 mgL-1 (selamectina); 1,90x10-5 mgL-1 (fluralaner); 2,2x10-3 mgL-1 (piriproxifem); 3x10-2 mgL-1 (tiametoxam); 9x10-2 mgL-1 (Bti) e 4x10-2 mgL-1 (azadiractina) mgL-1 , sendo assim, o fluralaner o inseticida mais potente. A partir da análise bioquímica observou-se um aumento em comparação ao controle dos parâmetros analisados nas larvas, sendo eles, a concentração de proteínas totais e estresse oxidativo através do teor glutationa reduzida e peróxido de hidrogênio, quando expostas a todos os pesticidas, com exceção do fluralaner, o qual apresentou efeito inverso (diminuição no nível dos parâmetros bioquímicos analisados). Em relação a acetilcolinesterase, a atividade enzimática diminui quando comparado ao controle para o pesticida Revolution, mas aumentou quando as larvas foram tratadas com os demais compostos. Por sua vez, as análises histológicas mostraram dano celular no intestino médio, alterações na borda estriada e instabilidade da membrana peritrófica. Neste contexto, os resultados obtidos, mostraram informações que ajudaram a compreender melhor os efeitos dos xenóbioticos sobre as larvas, e apresentaram novos compostos com potencial atividade larvicida contra os mosquitos.