RESILIÊNCIA, QUALIDADE DE VIDA E DEPRESSÃO EM PACIENTES COM CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS DE CABEÇA E PESCOÇO SUBMETIDOS A TRATAMENTO CIRÚRGICO
Neoplasias de cabeça e pescoço, Carcinoma de células escamosas, Resiliência psicológica, Qualidade de vida, Depressão.
Introdução: O diagnóstico e os tratamentos do câncer de cabeça e pescoço (CCP) vêm acompanhados de sofrimento, que afeta o paciente e sua família, podendo alterar a qualidade de vida (QV) e levar à depressão. A resiliência pode influenciar nos escores de QV e depressão em pacientes oncológicos. Objetivos: Avaliar os escores de resiliência, QV e depressão em pacientes com CCP em diferentes momentos do tratamento e correlacionar tais variáveis. Pacientes e métodos: Trata-se de um estudo desenvolvido com 28 pacientes diagnosticados com CCP submetidos à cirurgia, no período de agosto de 2017 a novembro de 2019, acompanhados em três momentos. Aplicou-se o Mini Exame do Estado Mental, Questionário de Qualidade de Vida da Universidade de Washington, Inventário de Depressão de Beck e Escala de Resiliência. Resultados: Em relação à QV, notou-se diferença no domínio função física, quando comparados os períodos T1 e T2. Em T2, os pacientes que realizaram apenas a cirurgia apresentaram maiores escores em todos os domínios e na QV total (QVT). Em T3, a função física e a QVT foi maior nos pacientes somente cirúrgicos. Pacientes com CCP em estádios iniciais apresentaram maiores escores em todos os domínios da QV e na QVT em T2. Em T3, os pacientes cirúrgicos apresentaram melhor função física do que aqueles que necessitaram de tratamentos adjuvantes. Referente à depressão, notou-se que os pacientes cirúrgicos apresentaram pontuações menores do que os que realizaram cirurgia seguida de alguma terapia adjuvante em T2. No mesmo período de tempo, observou-se diferença entre pacientes com CCECP em estágios iniciais e avançados, sendo maiores os escores nos últimos. Quanto à resiliência, em T2, os pacientes apenas cirúrgicos apresentaram escores maiores de autoconfiança e capacidade de se adaptar às situações, quando comparados àqueles que realizaram cirurgia seguida de tratamentos adjuvantes. Notou-se correlação positiva entre a resiliência e a QV e correlações negativas entre depressão e resiliência e entre depressão e QV. Conclusão: Nessa casuística, o tipo de tratamento interferiu na QV, depressão e resiliência, bem como o estadiamento tumoral impactou na QV e depressão. Correlação positiva foi observada entre resiliência e QV, assim como negativa entre depressão, resiliência e QV.