REMOÇÃO DE FLUORETO POR ADSORÇÃO EM CARVÃO DE OSSOS BOVINOS EM EFLUENTE DE PRODUÇÃO DE COQUE
O flúor tem se tornado um desafio para alguns setores industriais, como o siderúrgico, devido à sua alta carga em alguns processos, o que exige tratamento específico para remoção. Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo investigar a capacidade de adsorção do carvão de osso bovino para a remoção de flúor de efluentes reais gerados na produção de coque. O Delineamento Composto Central (DCC), bem como o Planejamento de Mistura, foram realizados para definir as melhores condições de pH e razão sólido / líquido para melhorar a remoção percentual de fluoreto e a capacidade de adsorção do carvão de osso. O método de Desarability foi utilizado para otimização dos resultados. O carvão de osso bovino, com tamanho de partícula de 12 a 32 mesh (0,5 a 1,4 mm) e estrutura mesoporosa, apresentou grande potencial para remoção de fluoreto de águas residuárias de produção de coque, principalmente após pré-tratamento com ácido clorídrico. Um aumento de 75% em sua área superficial (145,91 m².g-1), em comparação com o carvão de osso não tratado (83,33 m².g-1), permitiu maior acesso do flúor aos sítios ativos para troca de fosfato da hidroxiapatita (HAP). A adsorção com 20,0 g carvão de osso bovino pré-tratado. Kg-1 efluente, capacidade adsortiva de 3,24 mg.g-1, representou um aumento de 42%, em relação ao carvão de osso não tratado. O equilíbrio foi bem representado pelo modelo de Freundlich, sugerindo a formação de múltiplas camadas heterogêneas na superfície do carvão de osso. A cinética de adsorção foi favorecida (pois foi possível remover até 75% do flúor na primeira hora de contato adsorvente-adsorvato) e modelada em pseudo-segunda ordem. A estimativa dos parâmetros termodinâmicos indica um processo endotérmico (ΔH = + 28,357 KJ.mol-1), espontâneo (ΔG = -15,291 KJ.mol-1; ΔG = - 17,052 KJ.mol-1; ΔG = -18,212 KJ.mol-1) e de entropia favorecida (ΔS = + 0,146 kJ.mol- 1.K-1).