PPGeog PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO Teléfono/Ramal: No informado

Banca de DEFESA: WINKLER JOSE PINTO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : WINKLER JOSE PINTO
DATA : 18/12/2020
HORA: 09:00
LOCAL: Universidade Federal de São João del-Rei - Vídeo conferência
TÍTULO:

QUALIDADE AMBIENTAL EM PLANTAÇÕES DE EUCALYPTUS SPP. DETERMINADA A PARTIR DE PROCESSOS FUNCIONAIS DA SERAPILHEIRA


PALAVRAS-CHAVES:

Processos Ecossistêmicos; Decomposição da Serapilheira; Retenção Hídrica da Serapilheira; Qualidade nutricional da serapilheira; Processos funcionais da serapilheira.


PÁGINAS: 84
RESUMO:

Transformações nas paisagens naturais do planeta causam impactos negativos nos ecossistemas. As intensas ações antrópicas aceleram as perturbações dos habitats. Dentre estas, inclui-se a atividade da monocultura, que sob a ótica da geoecologia, age como um fator de redução da biodiversidade. Neste contexto, análises relacionadas aos processos responsáveis sobre o funcionamento dos ecossistemas, surgem como alternativa para avaliar os níveis de perturbações nos ambientes. Desta forma, o principal objetivo do estudo foi compreender a influência do cultivo de Eucalyptus spp. sobre a qualidade do ambiente onde este está inserido. Para tal, foram realizadas análises sobre a estrutura funcional da serapilheira foliar, devido às suas funções exercidas nos ecossistemas. Utilizou-se três áreas de eucaliptais situadas no munícipio de São João del-Rei - MG, e uma área controle composta por vegetação heterogênea, localizada na Floresta Nacional de Ritápolis (FNR). Nestas áreas, foram realizadas mensurações sobre a perda de massa da serapilheira foliar, testes de capacidade de retenção hídrica (CRH), mensuração de concentração de macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg, S), micronutrientes (B, Cu, Mn, Zn, Fe) e frações orgânicas (lignina, celulose e polifenóis) na serapilheira, além de análises químicas e físicas do topo dos solos. Foram testadas às seguintes hipóteses: (1) as amostras de Eucalyptus ssp., apresentariam menores taxas de decomposição da serapilheira foliar, menor CRH, assim como solos e serapilheira com qualidade nutricional mais baixa, em comparação com as amostras provenientes da área controle (efeito espécie-específico); (2) os materiais amostrados, apresentariam menores taxas de decomposição quando depositados nas áreas de eucaliptais (efeito do ambiente); (3) as taxas de decomposição e retenção hídrica da serapilheira estariam estatisticamente relacionadas às características físicas e químicas do topo do solo e do material vegetal amostrado; (4) e seria estabelecida relação entre os efeitos específicos das espécies e do ambiente sobre a decomposição e a CRH das amostras de serapilheira. Na FNR (área controle), as amostras de serapilheira provenientes desta área apresentaram coeficiente de decomposição (k) (k = 0,78; 0,82; 0,87), significativamente maiores que as amostras de Eucalyptus spp. (k = 0,62; 0,57; 0,58) (Teste t- de Student, p < 0,05). Ocorrendo da mesma forma com as amostras depositadas nas áreas de eucaliptais, com as espécies da área controle (k = 0,51; 0,52; 0,55), apresentando maior coeficiente de decomposição em relação às amostras de Eucalyptus spp. (k = 0,47; 0,48; 0,50). Para a CRH, as amostras provenientes da área controle apontaram valores entre 161% e 339%, com valor médio igual a 260%. Sendo estes valores, significativamente maiores que os apontados pelas amostras das áreas de eucaliptais, que variaram entre 72% e 156%, apresentando valor médio igual a 112% (Teste t- de Student, p < 0,05). Em relação às características químicas das amostras, o material coletado na área controle apresentou valor médio significativamente maior para a concentração de N, Mg, S, Cu e Fe, em comparação às amostras de Eucalyptus spp. (Teste t- de Student, p < 0,05). Em contra partida, para a concentração de lignina e polifenóis, as amostras provenientes das áreas de eucaliptais apresentaram valores significativamente maiores (Teste t- de Student, p < 0,05). Os resultados obtidos, apontaram para forte correlação estatística entre as concentrações de N, Mg, S, lignina e polifenóis, no material foliar e os processos ecossistêmicos avaliados (Correlação de Pearson, p < 0,01). O topo dos solos das áreas amostrais são ácidos, distróficos com valores para soma de bases trocáveis (SB) abaixo de 1,2 cmolc/dm³, e o índice de saturação de bases (V) menor que 25%. Os solos da área controle, apresentaram alta saturação de alumínio (m > 50%), característica de solos álicos. Enquanto os solos das áreas de eucaliptais apresentaram baixa saturação em alumínio (m < 50%), característica de solos ácricos. Os solos amostrados apresentaram baixa Capacidade de Troca Catiônica Efetiva, CTC (t). Os solos da área controle apresentaram menor capacidade de retenção de P, demonstrando alto valor para a taxa de fósforo remanescente no solo (P-rem). Quanto às caraterísticas físicas do topo do solo, as amostras da área controle apresentaram textura arenosa, e das áreas eucaliptais, textura argilosa. A área controle apresentou predominância de agregados dos solos maiores que 2 mm (Teste t- de Student, p < 0,05). Como apontado, as amostras oriundas da área controle demonstraram maiores taxas de decomposição e CRH que as amostras provenientes das áreas de eucaliptais, assim como apresentou serapilheira de melhor qualidade nutricional (Efeito espécie-específico). As amostras quando depositadas na área controle demonstraram maiores taxas de decomposição do que quando incubadas nas áreas de eucaliptais (Efeito do ambiente). As taxas de decomposição e CRH, foram influenciadas pela composição da serapilheira, vista a correlação estatística entre as variáveis. Foi também apontada uma relação estatística, de interação somatória, entre a composição do material vegetal e a qualidade do ambiente (Two-way ANOVA, p < 0,01). Em suma, a decomposição de Eucalyptus spp. neste estudo, corroborou um padrão apresentado pela literatura, demonstrando uma lenta decomposição, fortemente ligada à sua composição química. As análises realizadas neste estudo demonstraram ser eficazes para o entendimento do funcionamento dos ecossistemas florestais. Indicou que os ecossistemas em áreas de menor intervenção antrópica apresentam funcionamento mais eficiente. Destacando a importância da proteção dos ambientes que apresentam maiores diversidades de espécies de fauna e flora. De maneira que se torna essencial pensar em um manejo ambiental menos predatório, visando não prejudicar o funcionamento dos ecossistemas, para que não sejam gerados futuros problemas, relacionados à falta de recursos essenciais, para a sociedade.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2029209 - ANDRE BATISTA DE NEGREIROS
Interno - 056.182.766-40 - FABIO SOARES DE OLIVEIRA - UFMG
Externo à Instituição - ACHILLES D'ÁVILA CHIROL - UERJ
Notícia cadastrada em: 02/12/2020 12:48
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