Mudanças climáticas podem alterar a distribuição de Vriesea (Bromeliaceae) na Serra do Espinhaço?
Aquecimento global; modelos climáticos; campo rupestre; modelagem de nicho ecológico.
As mudanças climáticas têm influenciado o comportamento e a distribuição das espécies. De acordo com a literatura, o aumento de até 2° na temperatura média, pode causar até mesmo desertificação de algumas áreas. O esperado é que com esses eventos climáticos atuais e futuros, as espécies que ocorrem em áreas montanhosas e que são endêmicas de áreas de altitudes vão ser as primeiras a serem afetadas. Nesse trabalho, modelamos com o auxílio do programa maxEnt (que utiliza o princípio da máxima entropia em dados de presença) possíveis cenários futuros para saber a influência das mudanças climáticas na distribuição de espécies de Vriesea endêmicas dos campos rupestres da Serra do Espinhaço. Trabalhamos com 10 espécies e realizamos predições para dois possíveis cenários futuros (2040 e 2070) sendo o futuro 1 um futuro menos pessimista e o futuro 2 mais pessimista, além da criação de modelos com a atual distribuição das espécies estudadas. Acreditávamos que haveria uma redução na distribuição de todas as espécies analisadas principalmente para o cenário mais pessimista. Porém, os nossos modelos demonstraram comportamentos variados para as espécies, apresentando 6 tendências diferentes de distribuição para os dois modelos futuros. Observamos desde reduções de até 62% da área total e aumentos de até 180% na sua distribuição. Nossos resultados demonstram a necessidade de melhor entendimento sobre as espécies e a área de estudo, além de nos alertar da importância da busca por abordagens efetivas para a conservação da nossa biodiversidade em um mundo sob efeitos de mudanças climáticas e ações antropogênicas.