Banca de DEFESA: Kessin Ângelo Guimarães Cabral

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Kessin Ângelo Guimarães Cabral
DATA : 04/12/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Universidade Federal de São João del-Rei - Campus Dom Bosco
TÍTULO:

Aplicabilidade da stereo-BRUV para estimar a estrutura de tamanho do Oligosarcus paranensis no Riacho do Mangue localizado na Serra de São José


PALAVRAS-CHAVES:

Riacho, Stereo-BRUV, Estimativa de Tamanho, VidSync


PÁGINAS: 30
RESUMO:

A eficiência da coleta é dependente da associação entre metodologia e objetivo. As metodologias
podem ser de diversos tipos e exigir ou não a participação do pesquisador. No ramo da ictiologia,
principalmente na área de peixes de riacho, há diversos métodos para coletar informações
ecológicas. Um exemplo de metodologia a ser destacada é a BRUV (Baited Remote Underwater
Video) que é uma amostragem que utiliza vídeos subaquáticos remotos com iscas para atrair os
peixes para o campo de visão da câmera. Apesar de ser uma metodologia versátil, extrair
informações biométricas com utilização de vídeos se torna um grande desafio, principalmente
em relação aos dados da estrutura de tamanho dos peixes filmados. Algumas propostas têm sido
utilizadas para melhorar a extração desses dados de tamanho como o uso de configurações
específicas na composição da BRUV. Uma dessas configurações é o número de câmeras
associadas à estrutura da BRUV sendo o uso de duas câmeras chamado de stereo-BRUV, que
necessitam estarem associadas a um processo de calibração que envolvem softwares que são
relativamente caros, uso de softwares que são mais baratos porém com uma dependência de
linguagem de computação mais avançada. Um software que surgiu recentemente demonstrou
ser viável para tal calibração e demonstrado uma eficiência no processo de estimar os tamanhos
dos peixes, além de dados de ecologia como riqueza e abundância de espécies. Uma das espécies
que precisam de mais riqueza de detalhes ecológicos na extração de dados é o Oligosarcus
paranensis, uma espécie que possui uma reconhecida distribuição no Riacho do Mangue, na
Serra de São José. Com isso, o objetivo do trabalho foi verificar a aplicabilidade da utilização
da stereo-BRUV no processo de estimar os tamanhos dos O. paranensis. Para verificar o
funcionamento do software foi feito em laboratório a confecção de 15 peixes modelo com
amplitude de tamanho sendo 23,4mm a 148,3mm medidos com paquímetro e definido como o
tamanho real. Cada peixe modelo foi medido cinco vezes utilizando a stereo-BRUV, totalizando
75 medidas. Não houve diferença estatística entre os dados e a verificação do erro absoluto
médio foi de 2,3%. Na comparação de estrutura de tamanho, a comparação foi entre os tamanhos
de peixes utilizando o software e a captura com armadilhas. Foram coletados 30 vídeos de 30
minutos cada em cinco pontos no Riacho do Mangue, sendo a estrutura da stereo-BRUV
colocada primeiro para o procedimento de amostragens seguida imediatamente posterior pelas
armadilhas. A média e o desvio padrão de tamanho entre a metodologia de captura foi de
50,9mm ± 18,4mm e para os indivíduos filmados foi de 60,3mm ± 17,2mm. Houve evidências
suficientes para falar que há uma diferença estatística entre as medidas. Há uma maior capturas
de peixes de tamanhos menores e uma maior aparição nos vídeos de peixes maiores. Em relação
aos pontos, o teste Mann-Whitney demonstrou diferença entre os pontos 1, 2 e 3 que ficaram
com os dados de tamanhos estatisticamente diferentes em relação aos tamanhos de peixes
encontrados nos pontos 4 e 5. Entre os pontos 1,2 e 3 e entre os pontos 4 e 5 não houve diferença.
Em relação a abundância, os vídeos demonstraram no total 155 com média de 5,1 peixes ao
passo que os peixes coletados foram 378 sendo a média 12,6. Nos pontos amostrados 1, 2, 3, 4
e 5, as médias dos indivíduos ficaram em 5,8; 7,8; 3,8; 4,3 e 4,0 indivíduos no vídeo e para as
capturas ficaram com média 5,8; 8,1; 2,1; 27,8 e 19,0. Com a utilização da stereo-BRUV, foi
possível criar um novo parâmetro de verificação de abundância que leva em consideração o
número máximo de indivíduos visualizados e identificados em um pequeno trecho de vídeo
(NMAX) adicionados aos outros peixes cujo tamanho não esteja já evidenciado no NMAX,
recebendo o nome de NMAX+. Com o NMAX+ foi possível melhorar as estimativas de
abundância em média em 60%. Mas em relação a obtenção dos tamanhos, não houve diferença
estatistica suficiente para a estimativa da estruturação de tamanho. Em relação ao
comportamento de antagonismo entre os indivíduos de O. paranensis, foi observado 46 eventos
durante todos os vídeos. Houve diferença estatística entre os tamanhos dos peixes que investiam
o ataque sobre os peixes que fugiam. A correlação entre os dados demostraram ter uma
associação de tamanho de 50 por cento, demonstrando que não é apenas os peixes maiores que
atacaram os menores. Casos invertidos também foram identificados pela stereo-BRUV. A
utilização da metodologia stereo-BRUV se mostrou eficiente para estimativa de tamanho dos
peixes. Pode ser aplicada em ambiente de riacho e é extremamente recomendada para ambientes
que necessitam de preservação. Além disso, a metodologia pode ser aplicada em diversos outros
trabalhos que envolvam estimar tamanhos e distâncias, tendo uma ótima precisão nos resultados.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1626222 - ANDREY LEONARDO FAGUNDES DE CASTRO
Interno - 1804372 - FERNANDO CESAR CASCELLI DE AZEVEDO
Externo à Instituição - LUIZ GUSTAVO MARTINS DA SILVA
Externo à Instituição - RICARDO MACEDO CORRÊA E CASTRO - USP
Notícia cadastrada em: 10/11/2023 08:06
SIGAA | NTInf - Núcleo de Tecnologia da Informação - | Copyright © 2006-2024 - UFSJ - sigaa04.ufsj.edu.br.sigaa04