AVALIAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DE NANOPARTÍCULAS DE OURO À OVALBUMINA COMO ADJUVANTE EM RESPOSTA IMUNE
adjuvantes
tolerância oral
nanopartículas de ouro
Existem várias propostas de interferências na resposta imunológica, preventivas ou terapeuticas. Uma dessas formas de interferência, muito promissora, que vem sendo estudada é a injeção de proteínas imunologicamente toleradas. A tolerância oral é um fenômeno que inibe a resposta imune, como a formação de anticorpos específicos, após imunização com antígeno acrescida de adjuvante em animais previamente expostos à proteína via oral. Nesse trabalho, estudamos se aplicação subcutânea (s.c,) em camundogos, de nanopartículas de ouro (AuNPs) associadas a Ovalbumina (OVA) contribuiria no estabelecimento da tolerância oral, como um material adjuvante. Nesse sentido, sintetizamos AuNPs esféricas, com aproximadamente 7 nm, funcionalizamos com OVA e fizemos a caracterização físico-química do material, para isso, utilizamos a Espectroscopia de Ultravioleta-Visível (UV-Vis), Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET), Espalhamento Dinâmico de Luz (DLS) e o Pontencial Zeta. Posteriormente, foi feito um tratamento oral com OVA por 5 dias consecutivos em camundongos Swiss, machos, de 8 semanasde idade. Sete dias após o tratamento oral todos os animais receberam suas injeções primárias (s.c) na base da cauda e vinte e um dias após as injeções primárias os animais receberam as injeções secundárias (s.c). No dia das injeções primárias, foram feitas lesões em uma das orelhas dos camundongos. Avaliamos o potencial de imunização, bem como o estabelecimento da tolerância a OVA dos animais, verificando o título de anticorpos anti-OVA totais com o Ensaio de Imunoabsorção Enzimática (ELISA). Também foi avaliada, histologicamente, a base da cauda, no local em que os animais receberam as injeções e as lesões das orelhas, para avaliação dos efeitos indiretos da tolerância oral. Os resultados demonstraram que as AuNP+OVA tem um papel adjuvante e conseguem manter os efeitos indiretos da tolerância oral. Posteriormente, para entender quais vias de sinalização intracelular as AuNPs e AuNPs+OVA podem interferir nas respostas imunes, modelamos in silico interações entre as AuNPs e AuNPs+OVA com as proteínas OVA, LC3; ASC PYCARD; Glutationa; TLR4; PI3K e NF-Kβ. Com isso, verificamos que a AuNP tem maior afinidade com a molécula de OVA, seguido pela Glutationa e domínio ASC PYCARD, já a AuNP+OVA tem maior afinidade com a molécula de Glutationa, seguido pelo NF-Kβ. Esses resultados sugerem que nossas AuNPs e nossas AUNPs+OVA podem
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estar interfirindo em vias de autofagia celular, as AuNPs nas vias celulares inflamatórias e apoptóticas e AUNPs+OVA em vias inflamatórias. Mas são necessárias maiores investigações para confirmar e entender esses ensaios.