A impotência confirmada pelo voto: a crítica sartriana à democracia indireta e a compreensão da liberdade enquanto ação política
liberdade situada, campo prático inerte, serialidade, impotência serial, grupo
A filosofia de Jean-Paul Sartre é extremamente abrangente, tendo percorrido um longo caminho
entre sua primeira fase, marcada pela ênfase existencial-ontológica, e sua segunda fase,
caracterizada por uma abordagem histórica e política, muito influenciada pela leitura de Karl Marx.
A inexistência de qualquer ruptura nesse percurso é algo que só pode ser constatado a partir da
compreensão da liberdade humana, situada, como seu fio condutor. Nesse contexto, este trabalho
tem como objetivo explorar a crítica de Sartre ao voto e à democracia indireta, manifestada no
artigo "Eléctions, piège à cons"(1973), partindo do aprofundamento de ideias centrais para a sua
filosofia, como liberdade situada, campo prático-inerte, serialidade, impotência serial e grupo.
Busca-se, com isso, remontar, nos limites que o formato permite, o percurso da liberdade situada
como condição humana também na sociabilidade e na história, como ato de libertação, como ação
política.