HANNAH ARENDT E AS REVOLUÇÕES: A FUNDAÇÃO DOS CORPOS POLÍTICOS NOS DOIS LADOS DO ATLÂNTICO
Constituição. Fundação. Liberdade. Política. Revolução.
A presente dissertação tem por propósito analisar os elementos constitutivos da fundação dos corpos políticos modernos no pensamento de Hannah Arendt, ocorrido no seio das revoluções Francesa e Americana. A autora expõe em sua obra On Revolution (2006) a complexidade do processo de formação de novos corpos políticos divergentes dos modelos aristocráticos dominados pela tirania. De acordo com a perspectiva de Arendt, o fenômeno da revolução irrompeu o fluxo do continuum da História e, desse modo, apresentaram-se possibilidades de novas formulações no âmbito das atividades políticas. No primeiro capítulo da dissertação, identificaremos o que a pensadora compreende como significado do fenômeno da revolução, bem como seus aspectos inerentes, a saber, a liberdade, a questão social, as transformações acompanhadas da modernidade, e o caráter de novidade. No segundo capítulo, trataremos sobre as questões ligadas às experiências e leituras políticas que Arendt relaciona ao momento da revolução e fundação dos corpos políticos, bem como sua interpretação a respeito dos elementos constitutivos da revolução, como as Declarações de direitos e Constituições. Nesse capítulo também analisaremos o fundamento primeiro acordado amplamente e a busca nos dois lados do Atlântico para encontrar esse fundamento, refletido na questão do absoluto. No último capítulo, evidenciaremos as formulações de Arendt sobre o que acabou por se fundar a partir dos fenômenos revolucionários do século XVIII, o que ela delineia como o tesouro perdido das revoluções e ao final, seu legado deixado para as gerações posteriores. Portanto, por meio deste trajeto, pretendemos viabilizar a compreensão da relação entre revolução e política.