O PENSAR COMO PRÉ - CONDIÇÃO DO JUÍZO NA FILOSOFIA
POLÍTICA DE HANNAH ARENDT
Juízo. Pensamento. Pluralidade. Sensus communis.
A presente dissertação tem por propósito evidenciar a correlação entre as duas atividades do
espírito arendtianos que são pensar e juízo e como a faculdade do juízo kantiano reinterpretado
por Hannah Arendt é a base fundamental para o desenvolvimento da atividade do juízo político.
Nosso objetivo é discorrer a respeito da faculdade do julgar que é a mais política de todas
segundo Hannah Arendt, pois a conexão entre pensamento e juízo, é a sustentação do espaço
público. Se a faculdade do espírito o pensamento lida com a reflexão, a faculdade do juízo vai
lidar com as ações no mundo da vida. Desta maneira, Arendt apropria dos conceitos kantianos,
explicitados na Crítica da faculdade do juízo e interpreta-os como conceitos fundamentadores
dos juízos políticos. Assim, pretendemos delimitar a função do expectador bem como sua
importância na fundamentação da filosofia política arendtiana. Em seus textos, Arendt aponta
para importância tangível dos espectadores, eles ocupam uma posição crucial, pois possuem a
visão do todo de modo imparcial e desinteressado. São eles que mediante o exercício do pensar
podem demonstrar aos atores a importância capital do sujeito que reflete e julga os
acontecimentos ordinários do jogo da vida em comunidade. Desta forma, que cada ser humano
traz em sua própria existência a possibilidade originária da pluralidade de serem ator e
espectador no jogo do mundo, uma vez que é somente pelo exercício do pensar e do julgar que
as portas são abertas a pluralidade dos discursos e consequentemente a irreflexão é banida.