“ES DENKT IN MIR”: O CADÁVER INSEPULTO DE DEUS E O PARADOXO EPISTEMOLÓGICO DO NIILISMO REATIVO.
Nietzsche. Epistemologia. Niilismo. Espírito Livre.
A presente pesquisa tem como gatilho filosófico a crítica hiperbólica de Nietzsche em face das epistemes, em especial, aquela (episteme) na qual Nietzsche localiza, e fixa, a metáfora da “morte de Deus” (niilismo reativo). Seu argumento: o pensamento filosófico era, até então, refém de um cárcere epistemológico ditado pela “estrutura religiosa do pensamento”. Ao observar, a partir de Nietzsche, a tentativa do homem moderno de romper radicalmente com essa estrutura, anunciaremos um paradoxo: Sai o “a priori” metafísico (“Deus”), entra o “a priori” histórico (o solo epistemológico de Foucault). O lugar de Deus foi preenchido por um outro “ídolo”, a ideia de um “solo epistemológico” (bases profundas que definem e delimitam o que uma época pode ou não pode pensar). Ao identificar e caracterizar esse “paradoxo epistemológico” do niilismo reativo, a pesquisa, apontando para o cadáver insepulto de deus (metáfora que introduz o conceito de muletas epistemológicas), vai problematizar, tomando de empréstimo (e ressignificando) a máxima “Es Denket In Mir” (Algo pensa em mim), o fato de que, não há mais Deus, mas ainda há “algo” que diz o que se pode e o que não se pode pensar.