Da África para o Brasil: a travessia transatlântica do corpo feminino negro
Corpo negro feminino; Diáspora; Interseccionalidade; Decolonialidade.
Esta dissertação tem por objetivo investigar a obra um corpo negro (2019) de
Lubi Prates (1986), que traz o racismo vivenciado no cotidiano que transita
entre a ancestralidade e o silenciamento da voz do negro. Os versos prateanos
corporificam memórias individuais e coletivas em um espaço de
autorrepresentação, inscritos em formas de dizer sobre o corpo feminino negro
que está subjugado a representações estereotipadas e etnocêntrica,
construídas historicamente pela tradição cultural brasileira. Para este trabalho
foi utilizado o conceito de diáspora para explicar o processo de construção do
corpo negro na sociedade brasileira, o de interseccionalidade para auxiliar na
discussão do corpo através do gênero, da raça e da classe, e o conceito de
decolonialidade para engendrar na escrita contemporânea uma possibilidade
de denúncia e resistência. Para tanto, foi preciso adentrar nos processos
históricos e analisar a historiografia do corpo negro, exibindo as táticas criadas
com a intenção de camuflar a história africana e sua diáspora.