“Pode a mulher escolher?”: Reflexões sobre The Edible Woman, de Margaret Atwood, e as possibilidades para mulheres na sociedade patriarcal capitalista
A Mulher Comestível, Margaret Atwood, Patriarcado Capitalista.
Resumo
Margaret Atwood escreveu The Edible Woman (em português, A Mulher Comestível), seu primeiro romance, entre a primavera e o verão de 1965. O romance só seria publicado quatro anos depois, em 1969, por questões mercadológicas, uma vez que seu primeiro livro de poemas, publicado alguns anos antes, havia alcançado um número recorde de vendas. Em The Edible Woman somos apresentados a algumas personagens mulheres que parecem centralizar o casamento e a maternidade como principais experiências femininas. Marian, a protagonista, parece indecisa diante da escolha entre um casamento que promete um futuro doméstico e restrito à esfera privada e um emprego que não valoriza suas habilidades. Nesse contexto, inicia-se uma crise na qual, inconscientemente, o corpo da protagonista parece tomar o controle de suas ações na forma de uma recusa ao consumo de alimentos. A crise da personagem parece estar ligada à opressão imposta pelo patriarcado, conjugada à exploração inerente ao sistema econômico capitalista. Partindo disso, proponho-me a analisar o romance The Edible Woman relacionando o enredo às teorias da Crítica Feminista, associadas aos Estudos Marxistas, para construir reflexões acerca das possibilidades de escolhas para mulheres na sociedade patriarcal capitalista.