Banca de DEFESA: PALOMA BIANCA LOPES DE ASSIS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : PALOMA BIANCA LOPES DE ASSIS
DATA : 17/12/2021
HORA: 14:00
LOCAL: PROGRAMA DE MESTRADO EM LETRAS - PROMEL
TÍTULO:

A REFORMA AGRÁRIA COMO ARENA POLÍTICA: O CONFLITO DE NOMEAÇÕES ENTRE MST E NOVA DIREITA NA NOVA REPÚBLICA BRASILEIRA (1985-2019)


PALAVRAS-CHAVES:

Disputa semântica. Nomeação. Reforma Agrária. Nova Direita. MST.


PÁGINAS: 340
RESUMO:

O acesso à terra no Brasil se situa numa arena de disputa semântica a partir da qual emergem nomeações que constituem pontos de vista (PÊCHEUX [1969], 1997) conflitantes entre si e que buscam (res)significar os sujeitos e o referente  de acordo com as diferentes perspectivas de mundo. Nesse intuito, na presente dissertação, investigamos, de modo qualiquantitativo, o conflito de nomeações a respeito da reforma agrária constituído no embate ideológico entre os sujeitos sem terra e os proprietário rural no período da Nova República brasileira (1985 a 2019), com foco na constituição dos saberes sociais circulantes na e pela sociedade civil. Para tanto, nossos dados são formados por 88 (oitenta e oito) textos produzidos pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e pela Nova Direita em 4 (quatro) momentos distintos desse período da história nacional, a saber: o primeiro engloba o que entendemos ser a instituição da Nova República e a organização política dos atores sociais avaliados (1985 a 1989); o segundo considera a crescente adesão estatal e das elites nacionais à política econômica neoliberal e o aprofundamento do modelo agrícola capitalista (1990 a 1999); o terceiro contempla a intensificação do neoliberalismo (2000 a 2009); por último, o quarto compreende o contexto histórico recente caracterizado pelo fortalecimento do ultraneoliberalismo da Nova Direita na cena pública e pelas práticas autoritárias de perseguição aos movimentos sociais (2010 a 2019). Desse modo, vinculamo-nos à interface entre as concepções de discuso, imaginário e ideologia na AD materialista (PÊCHEUX [1969], 1997; ORLANDI, 1987), a abordagem lexicométrica em Née ( 2017), os estudos da nomeação em Siblot (1997; 2001) e as contribuições para a análise enunciativa da nominalização em Dahlet (2015) e Guilbert (2020) para investigarmos as formas de nomear – nas quais estão incluídas as nominalizações – a terra e os atores sociais envolvidos nos sentidos da reforma agrária. Ademais, analisamos a construção discursiva da legitimidade, autoridade e credibilidade das práticas sociais desses dois grupos. Com isso, almejamos contribuir para o campo dos estudos do discurso sobre o tema, considerando esse diálogo assíncrono, porém contemporâneo, entre as distintas posições discursivas sobre a terra como procedimento teórico-metodológico privilegiado para observar os sentidos da reforma agrária e as implicações que os conflitos entre as nomeações trazem para o debate político. Tendo isso em mente, organizamos a nossa investigação em três capítulos, quais sejam: o Capítulo 1 traça um panorama histórico sobre a distribuição/concentração de terras e sobre o debate da reforma agrária no país; o Capítulo 2 destina-se ao desenvolvimento da nossa perspectiva teórico-metodológica para a análise do debate público sobre a reforma agrária; o Capítulo 3 traz as análises do conflito semântico de nomeações e do processo de ressignificação da reforma agrária entre MST e Nova Direita na Nova República brasileira (1985 a 2019).


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 955.568.343-34 - ARGUS ROMERO ABREU DE MORAIS - UFSJ
Interno - 1544164 - CLAUDIO MARCIO DO CARMO
Externo à Instituição - LUIZ PAULO DA MOITA LOPES - UFRJ
Notícia cadastrada em: 06/12/2021 10:44
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