O OFÍCIO DISCENTE E A CULTURA JUVENIL NA CONTEMPORANEIDADE: O ENSINO MÉDIO EM QUESTÃO
Contemporaneidade. Ensino Médio. Juventude. Michel Serres.
Singularidade.
O ensino médio tem desafios e particularidades, dentre os quais destacamos a necessidade de
uma disposição ao aprendizado, que pressupõe a internalização das práticas educativas. Por
outro lado, a escola tende a concentrar seus esforços no aspecto conteudista do processo de
ensino-aprendizagem. As recusas discentes se mostram como sintomas de problemas dessa
etapa, que configuram um desencontro entre as expectativas relacionadas às funções
atribuídas ao aluno e as singularidades desses jovens que chegam às escolas. Assim, esta
pesquisa objetiva investigar em que medida as singularidades dos estudantes de ensino médio
contemporâneo são reconhecidas pela educação escolar. Em virtude desse propósito, a
presente dissertação tem como principal referencial teórico as obras de Michel Serres, por
suas fecundas contribuições para se pensar a população de jovens da contemporaneidade.
Utilizamos, especialmente, Filosofia Mestiça (1993), Polegarzinha (2013) e Tempo de Crise
(2017). Para a compreensão da relação entre o adolescente da atualidade e a escola brasileira,
nos baseamos em leis, artigos, livros e documentos orientadores que contemplam o tema,
com destaque para as obras de José G. Sacristán (2003); Ana Paula Corti (2014); Thomas S.
Popkewitz (1994); Paulo Carrano e Juarez Dayrell (2014); Aldimara Boutin e Karen Silva
(2018) e Pierre Lévy (1999). Realizamos, ainda, uma pesquisa de campo, inspirada na
metodologia do grupo focal e analisada a partir das proposições da cartografia, com
estudantes do segundo ano do ensino médio da Escola Estadual Garcia de Lima, localizada
no município de São João del-Rei. Assim, fizemos ecoar nesta dissertação, que tem como
elementos centrais a escuta e o reconhecimento da individualidade dos estudantes, algumas
das vozes juvenis.