ABAMECTINA PROMOVE ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS E DANOS HEPÁTICOS EM PEIXE-ZEBRA
praguicidas, histologia, fígado, biomarcadores
O uso indiscriminado de agrotóxicos é uma preocupação mundial devido à contaminação do meio ambiente e a possibilidade de causar efeitos deletérios em organismos não-alvo, como os peixes. Para analisar os efeitos da abamectina, da família das avermectinas, peixes-zebra adultos (Danio rerio) foram expostos a uma fórmula comercial comumente usada no Brasil. Os animais foram submetidos a uma exposição aguda (96 h) e crônica de curta duração (15 dias) a distintas concentrações de abamectina. Determinou-se a CL50 e realizou-se estudo histológico seguido de análise imunohistoquímica para identificação da P-gp e HSP70 em fígados de animais submetidos ao tratamento agudo e crônico, respectivamente. Além disso, os padrões de comportamento foram observados diariamente em ambas as tentativas. Foi determinado um valor de LC50 de 105,68 μg/L. A análise histológica revelou alteração morfológica dos hepatócitos, acúmulo de glicogênio, degeneração e desorganização do citoplasma, além de núcleos picnóticos, irregulares e localizados lateralmente. A imunohistoquímica para HSP70 e P-gp mostrou forte coloração nos hepatócitos dos grupos controle e diminuição progressiva com o aumento da concentração de abamectina. Foram observadas alterações na postura corporal, movimentação no aquário, atividade opercular, coloração corporal e busca por alimento nos grupos tratados com abamectina. Os resultados apresentados sugerem que a abamectina pode afetar o padrão comportamental dos animais, promover alterações morfológicas e diminuir a expressão de HSP70 e P-gp no fígado do peixe-zebra.