ESTRATÉGIAS PARA AUMENTAR A TESTAGEM PARA HIV ENTRE HOMENS QUE FAZEM SEXO COM HOMENS E TRAVESTIS E MULHERES TRANS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Homens que fazem sexo com homens; Travestis e Mulheres Trans; HIV; Teste para HIV.

A epidemia de HIV/aids desde a detecção de seu início nos anos 1980 é carregada de estigma e preconceito a determinados grupos, especialmente a comunidade gay, homens que fazem sexo com homens (HSH) e pessoas transexuais (especialmente travestis e mulheres trans) - (TT), grupos minoritários e tradicionalmente marginalizados. Embora a infecção pelo HIV não se restrinja a sexualidade e sim a comportamentos, os níveis de incidência nestes grupos são maiores do que a população em geral, sendo a epidemia concentrada nestas chamadas populações chaves e que, com o advento do uso de antirretrovirais como medida de enfrentamento da epidemia, torna-se fundamental que estes grupos, sobretudo, tenham acessoatestagem rotineira para HIV. Trata-se de uma revisão integrativa de literatura conduzida sem restrição de data e idiomaincluindo estudos publicados até setembro de 2021 em bases eletrônicas, utilizando-se de termos livres e indexados e operadores boleanoseque teve como objetivo avaliar as estratégias de intervenção para ampliar a testagem para HIV entre HSH, TT disponíveis na literatura e que possam contribuir para elaboração de política públicas no Brasil. Foi utilizada a estratégia PICOD, tendo como critério de inclusão os resultados referentes ao aumento da proporção de testagem para HIV após o emprego da estratégia de intervenção. Foram incluídos 35 artigos originais entre ensaios clínicos (randomizados e não randomizados), estudos quase-experimentais, estudos de caso-controle, coorte, transversais e ecológicos que apresentaram aumento da proporção de testagem para HIV após emprego da estratégia de intervenção.Os estudos foram classificados em quatro estratégias principais de abordagempara aumento da testagem de HIV: distribuição de auto testes, organização de serviços de saúde, campanhas de marketing social e educação por pares. Cada modalidade de intervenção possui suas vantagens e limitações para o aumento de testagem nestas populações e não foi possível, com os critérios de busca definidos, encontrar dados desagregadas para a população TT, embora, em tese, os resultados para HSH possam ser aplicados aos indivíduos transexuais. As recomendações extraídas mostram-se uteis para serem adotadas na elaboração de políticas públicas que sejam capazes de aumentar o acesso e os níveis de testagem para HIVdestas populações no cotidiano dos serviços de saúde no Brasil.