VALIDAÇÃO DA FERRAMENTA KIDNEY FAILURE RISK EQUATIONS (KFREs) COMO MODELO PREDITIVO PARA PROGRESSÃO DE DOENÇA RENAL CRÔNICA EM PACIENTES DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Insuficiência Renal Crônica, Taxa de Filtração Glomerular, SUS e Atenção Primária
Introdução: Doença Renal Crônica (DRC) pode ser definida como anormalidades da estrutura e/ou função dos rins presentes por três ou mais meses, com implicações para a saúde.O aumento exponencial dessas prevalências no Brasil e mundo é consequência do envelhecimento populacional e concomitante aumento da prevalência de doenças associadas, como diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial sistêmica (HAS) e obesidade. O atraso no encaminhamento para serviços de nefrologia e início urgente de diálise, frequentes na prática clínica nacional são fatores de risco independentes para morbidade e mortalidade entre pacientes com doença renal. A implementação dos novos critérios baseados em ferramentas como a Kidney Failure Risk Equations (KFRE) e gestão clínica multidisciplinar podem mitigar os encaminhamentos inadequados e melhor ajustar o foco da assistência clínica. Métodos: este trabalho foi dividido em dois subestudos com objetivos distintos. O subestudo um se refere a uma coorte retrospectiva de cinco anos de acompanhamento desenvolvido em ambulatório de nefrologia de um hospital de grande porte de uma cidade do centro-oeste Mineiro/Brasil, no ano de 2021 cujo objetivo foi objetivo avaliar o comportamento da TFGe de pacientes renais crônicos em tratamento conservador durante cinco anos de acompanhamento. O subestudo dois é coorte retrospectiva com pacientes de ambulatório de nefrologia nos estágios 3 a 5 de DRC não dialítica acompanhados no período de no mínimo dois anos até pelo menos cinco anos entre o ano de 2014 e 2022 e que tinham disponíveis em prontuários TFGe, o resultado da relação albumina creatinina urinária ou Albuminuria durante o período de acompanhamento com o objetivo da validação da ferramenta KFRE como preditora para evolução para insuficiência renal. Ambos os estudos avaliaram a linha de base (data da inserção do paciente no ambulatório e um segundo momento tempo 1, como segunda consulta com intervalo mínimo de três meses). Os escores da escala KRFE foram apresentados por meio da mediana e intervalo interquartílico, além de comparados por meio do teste de Mann-Whitney. Resultados: o subestudo 1 será apresentado no formato de artigo já aceito e publicado em revista qualis A4 intitulado: Profile of estimated glomerular filtration rate in non-dialysis patients: challenge for the preventive approach. O subestudo dois será apresentado em formato de artigo a ser submetido na revista Revista de Ciências Médicas e Biológicas da UFBA Qualis A4, intitulado “Ferramenta KIDNEY FAILURE RISK EQUATIONS preditiva para progressão de doença renal: aplicável para população brasileira?”Conclusões: No Brasil, as políticas públicas de saúde, embora não efetivadas na prática assistencial, vislumbram a busca ativa e diagnóstico precoce de DRC a fim de implementar medidas protetivas das funções renais por uma equipe multidisciplinar de saúde desde a atenção primária de saúde. Para a prática clínica, sugere-se que a proposta de abordagem terapêutica não seja balizada somente na TFG. É fundamental a individualização do tratamento, considerando as boas práticas da análise clínica e laboratoriais assim como a rápida captação desses pacientes no encaminhamento na atenção primária. Para além, os dados nos prontuários deverão ser especificados para que novos estudos com aportes práticos sejam estabelecidos para a população brasileira. Ainda vale destacar que estes autores entendem ser de extrema importância o desenvolvimento de estudos que validem ferramentas de acompanhamento individual dos riscos de evolução da DRC.