síndrome respiratória aguda grave; coronavírus; COVID-19; análise de sobrevida; fatores de risco.
Com o surgimento do novo coronavírus SARS-Cov-2, causador da epidemia por COVID-19, houve um aumento significativo no número de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em várias regiões do país. A pandemia trouxe uma demanda urgente por compreender o perfil epidemiológico dessa síndrome, especialmente em regiões específicas, como o interior do estado de Minas Gerais, onde o número de internações por síndromes gripais aumentou significativamente. Este estudo teve como objetivo analisar o perfil epidemiológico dos casos hospitalizados de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por COVID-19 em um hospital terciário brasileiro, durante o período de janeiro de 2020 a maio de 2021. Ao abordar o perfil epidemiológico dos casos internados em um hospital terciário brasileiro, busca-se produzir informações relevantes para a gestão dos serviços de saúde relacionados às infecções respiratórias. Compreender as características demográficas dos pacientes, a gravidade dos sintomas, as comorbidades associadas, os tratamentos administrados e os desfechos clínicos é fundamental para direcionar estratégias de prevenção, diagnóstico e manejo clínico mais eficazes. Além disso, ao utilizar o Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe) como fonte de dados, pretende-se explorar a capacidade desse sistema em fornecer informações valiosas para a tomada de decisões em saúde pública diante de surtos de doenças respiratórias. Entre janeiro de 2020 e maio de 2021, 865 pacientes foram admitidos com SRAG na Santa Casa de Formiga e 181 morreram devido a complicações da doença (20,1%). Grande parte dos pacientes com SRAG testaram positivo para o SARS-CoV-2 (37%), sendo que a maioria dos óbitos foi relacionada a população com COVID-19 (92,3%). O perfil epidemiológico mostrou que a maioria dos pacientes com SRAG eram homens (57,1%), caucasianos (62,8%), com mais de 60 anos (58,1%) e escolaridade até o ensino fundamental (35,8%). A tosse foi o principal sintoma relatado no momento da admissão (68,7%) e mais da metade dos pacientes com SRAG apresentavam pelo menos um fator de risco para complicações da doença (55,3%). A minoria dos pacientes internados não havia vacinado contra a gripe (71,7%), e somente 4,5% usaram antivirais durante o tratamento da SRAG. Em relação a internação, grande parte dos pacientes ficaram internados nas enfermarias (80,7%) e uma menor parcela necessitou das unidades de tratamento intensivo (21,2%) ficando em média por 18 e 10 dias nesses centros, respectivamente. Fatores como sexo, idade, escolaridade, imunização contra a gripe, tempo de demora para internação, e tempo de permanência na enfermaria/UTI foram associados a maior letalidade por SG nessa população. Assim, os dados dispostos nesse estudo podem auxiliar os órgãos de gestão em saúde para planejar as ações de combate as infecções respiratórias futuras.