ADEQUAÇÃO DO ACESSO DA PESSOA COM DOENÇA RENAL CRÔNICA NA REDE ATENÇÃO EM SAÚDE NA REGIÃO OESTE DE MINAS GERAIS
Doença Renal Crônica. Acesso aos Serviços de Saúde. Acesso Efetivo aos Serviços de Saúde. Níveis de Atenção à Saúde
Introdução: a doença renal crônica (DRC) é definida como a presença de alterações estruturais e/ou das funções dos rins, por um período maior que três meses. Trata-se de uma doença insidiosa cuja garantia de diagnóstico precoce e longitudinalidade de acompanhamento viabilizam um melhor prognóstico e mitigam as complicações advindas da instalação e progressão da DRC. Neste sentido, é importante que se reconheça a adequação do acesso das pessoas com DRC a rede de assistência à saúde (RAS) em todos os níveis de atenção à saúde. Objetivo: analisar adequação do acesso da pessoa com doença renal crônica à Rede de Atenção em Saúde. Métodos: para responder a este objetivo, foram elaborados três artigos, com metodologias específicas, conforme os delineamentos utilizados em cada um deles, sendo uma revisão sistemática de literatura e os outros dois estudos transversais. Resultados: o primeiro artigo já publicado na Research, Society and Development, foi intitulado “Assistência aos pacientes com DRC na atenção básica de saúde: uma revisão sistemática de literatura”, teve como objetivo analisar a assistência aos pacientes com DRC na atenção básica de saúde. Conclusão artigo 1: Os resultados desta revisão demonstraram uma assistência fragilizada ao paciente renal crônico na atenção básica de saúde. O segundo artigo foi desenvolvido junto à uma aluna de iniciação científica/bolsista/FAPEMIG, já submetido na Revista Brasileira de Iniciação científica cujo título e objetivo foram respectivamente: “Abordagem sobre a saúde renal de acordo com o estágio da doença renal e nível de atenção à saúde” e identificar se pacientes com doença renal crônica tiveram ou não abordagem sobre saúde renal conforme o estágio da doença e nível de atenção à saúde. Conclusão artigo 2: foi identificado que a maioria dos pacientes avaliados tiveram abordagem sobre a saúde renal conforme o estágio da DRC, porém, pessoas ≥ 60 anos tiveram mais chances de não terem sido abordados sobre saúde renal. E o terceiro artigo, foi intitulado: “Fatores associados ao acesso inadequado da pessoa com doença renal crônica à rede de atenção à saúde” e tem como objetivo, o geral da tese, ou seja, analisar adequação do acesso da pessoa com doença renal crônica à Rede de Atenção em Saúde. Conclusão artigo 3: As pessoas que tinham plano privado de saúde tinham três vezes mais chances de ter acesso inadequado a RAS, comparando com que não possuía. E quem tinha menos que 60 anos, teve 1,71 vezes mais chance de ter acesso inadequado à RAS quando comparado com idosos. Considerações finais: Os achados do estudo evidenciam a importância de aumentar a eficiência e eficácia do processo de referência e contrarreferência na RAS para que não haja sobrecarga de nenhum nível da assistência em saúde. Além disso, também se torna perceptível a fragilidade existente na Atenção Básica de Saúde para criação e manutenção do vínculo com a população para a implementação de ações de prevenção de doenças e de agravos, bem como a promoção da saúde quanto a abordagem sobre saúde renal. São necessários planejamentos e ações fundamentadas para que as políticas públicas de saúde sejam efetivadas por meio do empoderamento dos profissionais de saúde do sistema único de saúde, com capacitações e treinamentos que lhes possibilitem assistir com excelência tanto pessoas em risco de desenvolver a DRC ou mesmo aquelas com diagnóstico já firmado.