Banca de DEFESA: CEZENÁRIO GONÇALVES CAMPOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : CEZENÁRIO GONÇALVES CAMPOS
DATA : 13/12/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO:
PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DA INFECÇÃO POR COVID-19, QUADROS LEVE E MODERADO, EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

PALAVRAS-CHAVES:
Saúde da criança. Saúde do adolescente. Perfil de saúde. COVID-19.

PÁGINAS: 99
RESUMO:
Introdução: A Coronavirus Disease 2019 (COVID-19) doença descoberta em dezembro de
2019 na China foi e ainda é uma questão de saúde pública. Há quatro anos dos primeiros relatos
da doença em humanos, as características clínicas, epidemiológicas, demográficas e
comorbidades associadas à infecção, formas leve e moderada, na população pediátrica e
hebiátrica, não foram analisadas em diversas regiões nacionais e internacionais. Na literatura,
as formas grave e crítica foram amplamente discutidas, contudo, são escassas as informações
referente aos casos de menor gravidade. Os estudos com crianças e adolescentes infectados pela
COVID-19 com quadro leve e moderado são importantes, pois trazem indicadores para o
aprimoramento de políticas públicas para esta faixa etária na atenção primária à saúde e
possibilitam a elaboração de protocolos assistenciais no combate e prevenção à doença.
Apresentação dos objetivos, métodos, resultados e considerações finais dos artigos: Os
produtos desta tese são dois artigos. O primeiro consiste de uma revisão sistemática de estudos
observacionais com o objetivo de verificar as características clínicas, as comorbidades
associadas e os desfechos da COVID-19 em adolescentes. Foi realizada uma busca de artigos
publicados entre 2020 e 2022 nas bases de dados da United States National Library of Medicine
(PubMed), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Science Direct, Web of Science e Scopus. 13
artigos foram incluídos na revisão. A prevalência de COVID-19 encontrada foi de 25%. Os
casos leves foram predominantes. Os sintomas febre, tosse, cefaleia, distúrbios olfativos,
congestão nasal e distúrbios gustativos foram frequentes nos adolescentes infectados com
COVID-19. A febre e a tosse foram proporcionalmente maiores em casos hospitalizados, com
81 e 68%, respectivamente. Dispneia (OR 6,3; IC95% 2,8–14,3), febre (OR 3,8; IC95% 2,0–
7,4) e tosse (OR 3,4; IC95% 2,0–6,0) foram associados a casos graves. Entre os participantes,
28% necessitaram de cuidados intensivos e 38% de ventilação mecânica. A preexistência de
comorbidade aumentou o risco de internação e óbito. Os casos graves foram associados ao risco
de óbito (risco relativo — RR 4,6; IC95% 2,8–7,5). As raças/cores preta, parda e indígena e os
moradores de regiões mais pobres foram grupo de risco. A revisão permitiu conhecer o perfil
da doença e poderá favorecer a elaboração de políticas públicas, além de contribuir para a
literatura atual no campo da saúde do adolescente. O segundo artigo teve como objetivo analisar
o perfil clínico, epidemiológico, demográfico e as comorbidades associadas de crianças e
adolescentes infectados por COVID-19, com quadros leve e moderado. Trata-se de um estudo
transversal e análise de dados secundários. Foram coletados dados clínicos, epidemiológicos,
demográficos e comorbidades associadas de casos suspeitos e casos confirmados de COVID-
19 em crianças e adolescentes notificadas no sistema e-SUS Notifica, no período de 13 de março
de 2020 a 31 de março de 2022, de um município da região Centro-Oeste de Minas Gerais.
Foram notificados 21.949 casos suspeitos de COVID-19 em crianças e adolescentes.
Respectivamente, 2.602 casos foram positivos para a doença, 835 crianças e 1.767 adolescentes,
conforme exame laboratorial, correspondendo a prevalência de 8,6 crianças infectadas a cada
100 casos notificados na faixa etária de zero a nove anos e 14,4 adolescentes infectados a cada
100 casos notificados na faixa etária de 10 a 19 anos. No estudo identificamos que crianças com
sintomas de dor de cabeça (OR 1,5; IC95% 1,2–1,8) e distúrbios gustativos (OR 2,7; IC95%
1,7–4,2), além das portadoras de diabetes (OR 4,7; IC95% 1,6–13,6) e adolescentes com
sintomas de dor de cabeça (OR 1,4; IC95% 1,2–1,6), febre (OR 1,2; IC95% 1,1–1,4) e
distúrbios olfativos (OR 2,3; IC95% 1,9–2,7) tiveram maiores chances de terem o diagnóstico
de COVID-19. Também a chance de COVID-19 foi maior no grupo de crianças entre cinco e
nove anos em relação a faixa etária de zero a menor de um ano (OR 1,4; IC95% 1,2–1,7) e de
um a quatro anos (OR 1,6; IC95% 1,3–1,8). As crianças que apresentaram dor de garganta (OR
0,7; IC95% 0,6–0,9), tosse (OR 0,5; IC95% 0,4–0,6), coriza (OR 0,7; IC95% 0,6–0,8) e os
adolescentes com sintomas de dor de garganta (OR 0,7; IC95% 0,7–0,8) e coriza (OR 0,8;
IC95% 0,7–0,9) tiveram menores chances de terem o diagnóstico de COVID-19. O estudo
constatou que a idade entre cinco e nove anos, os sintomas dor de cabeça, distúrbios gustativos
e a doença diabetes estão associados ao diagnóstico de COVID-19 na população de crianças.
Além de demonstrar que dor de cabeça, febre e distúrbios olfativos foram sintomas associados
a infecção por COVID-19 na população de adolescentes. Nesse contexto conhecer o perfil de
crianças e adolescentes com quadros leve e moderado da infecção por COVID-19 contribui na
elaboração de protocolos assistenciais para o diagnóstico, tratamento e monitoramento da
doença na atenção primária à saúde. Além disso sugere-se que políticas públicas sejam
direcionadas para vigilância das doenças de transmissão respiratória na atenção básica.

MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1264193 - ALISSON ARAUJO
Presidente - 319693 - JOEL ALVES LAMOUNIER
Externo à Instituição - JOSÉ VÍTOR VIEIRA SALGADO - UEMG
Interna - 1945166 - MAIRA DE CASTRO LIMA
Externa ao Programa - 1680498 - MARCIA CHRISTINA CAETANO ROMANO
Externa à Instituição - THALYTA CRISTINA MANSANO SCHLOSSER - USP
Notícia cadastrada em: 28/11/2023 16:05
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