Banca de DEFESA: JUSCELINO DE SOUZA BORGES NETO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JUSCELINO DE SOUZA BORGES NETO
DATA : 16/04/2022
HORA: 13:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO:

DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES MOTORAS FUNDAMENTAIS EM ESCOLARES DE 7 A 10 ANOS: DESEMPENHO E IMPACTO DO ISOLAMENTO SOCIAL DECORRENTE DA PANDEMIA DE COVID-19


PALAVRAS-CHAVES:

Criança; Crescimento e Desenvolvimento; Destreza Motora e Pandemia COVID-19


PÁGINAS: 66
RESUMO:

O desenvolvimento motor (DM) pode ser definido como as mudanças contínuas no comportamento motor ao longo da vida, é multicausal e indissociável dos fatores genéticos e ambientais. Pode ser dividido em fases, dentre elas, a fase do movimento fundamental em que se desenvolve as habilidade motoras fundamentais (HMFs) de estabilidade, locomoção e manipulação. As HMFs são a base do repertório motor que leva em sequências aos movimentos especializados e que, por conseguinte, serão utilizadas na participação com eficiência em atividades físicas organizadas e não organizadas ao longo da vida, e por conseguinte, aumenta as chances de quem as desenvolve de forma proficiente, de ter um estilo de vida fisicamente ativo prevenindo o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis. O objetivo desta pesquisa foi investigar o impacto do período de isolamento social devido à pandemia de Covid-19 no desenvolvimento das HMFs de escolares de 7 a 10 anos. Trata-se de um estudo longitudinal que observou o desempenho dos escolares nas HMFs. Os procedimentos do estudo foram realizados em duas etapas, sendo a primeira antes de se iniciar o isolamento social devido à pandemia, em março de 2020 (T1) e a segunda após a flexibilização do isolamento social e o retorno presencial das aulas no sistema educacional de Minas Gerais, em agosto de 2021 (T2). Os alunos foram pesados e medidos, os pais/responsáveis responderam a uma anamnese adaptada para identificar a classe socioeconômica da família e informar a rotina diária dos participantes em T1 e em T2, considerando as restrições sociais de isolamento. Para testar o desempenho motor foi utilizado o Test of Gross Motor Development – 3 (TGMD-3). Esse teste avalia 13 habilidades motoras fundamentais divididas nos subtestes de habilidades de locomoção e com bola. O primeiro trabalho, que avaliou o DM e as HMFs dos escolares em geral e comparados por sexo, demonstrou DM aquém do esperado para a idade, principalmente nas habilidades com bola. Ênfase para as meninas que foram ainda piores que os meninos, mais especificamente nas habilidades de quicar e chutar a bola. Concluiu-se que os estímulos recebidos pelas crianças ao longo da vida, principalmente quanto às habilidades de manipulação, inclusive nas aulas de educação física, não foram o suficiente para desenvolver as habilidades motoras fundamentais das crianças. Estratificando os participantes, foram avaliados, quanto ao TGMD – 3 e à rotina em T1, somente aqueles que estavam com 10 anos completos pois, espera-se que nessa idade estariam proficientes quanto ao DM assim como nas HMFs. Os resultados demonstraram DM aquém do esperado para a idade. A maioria brincava em casa (84,2%), tinham mais de duas horas por dia para fazer o que quiser (73,7%) e não participava de atividade orientada fora do contexto das aulas de educação física (68,4%). Demonstraram então, melhor desempenho quanto ao subteste de locomoção (47,4% na média) do que no subteste de habilidades com bola (5,3% na média) (Qui-quadrado X 2 = 10,5; p = 0,04). Portanto é possível supor que as oportunidades de realizar tarefa ao longo da vida foram mais voltadas para o desempenho de atividades de locomoção do que habilidades com bola. Porém, devido ao baixo desempenho motor global, é possível inferir que somente as aulas de educação física escolar não são suficientes para o bom desempenho nas habilidades motoras fundamentais, tanto para os meninos quanto para as meninas. O segundo estudo, avaliou o impacto do período de isolamento social no desenvolvimento nas HMFs dos escolares. Conforme a teoria do desenvolvimento humano, considerando os aspectos maturacionais, não se esperava nenhum tipo de piora no desempenho de T1 para T2. E mais de 60% dos escolares se mantiveram estáveis ou pioraram no subteste de locomoção, e 71,4 apresentaram os mesmo resultados no subteste de habilidades com bola. A maioria dos participantes aumentaram o tempo gasto com aparelhos tecnológicos como celular, computador e tablete, consideradas atividades sedentárias, também aumentar o tempo em que dormem e passaram a brincar mais em casa, o que foi estatisticamente significativo e que tem associação negativa ao desempenho das habilidades motoras fundamentais. A proporção de participantes que 8 passaram a realizar tarefas domesticas aumentou significativamente, e isso teve associação positiva para a melhora no desempenho das habilidades de locomoção. No entanto, o desenvolvimento motor é multicausal e indissociável dos fatores ambientais, portanto um fato isolado não explica o fenômeno como um todo. Portanto, conclui-se que os fatores associados às mudanças na rotina dos escolares, juntos, influenciaram o desenvolvimento das HMFs, uma vez que esse desenvolvimento é multicausal e é modificado por fatores genéticos e ambientais, de forma indissociável. E os achados reforçam a essa teoria, a dos sistemas dinâmicos.


MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1264193 - ALISSON ARAUJO
Interno - 1544480 - EDUARDO SERGIO DA SILVA
Presidente - 319693 - JOEL ALVES LAMOUNIER
Externo à Instituição - JOSÉ VÍTOR VIEIRA SALGADO - UEMG
Externo à Instituição - WENDELL COSTA BILA - UEMG
Notícia cadastrada em: 29/03/2022 10:53
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