EFEITO DO Ageratum conyzoides SOBRE ÓRGÃOS DE MUSCULATURA LISA
Ageratum conyzoides, nifedipina, ducto deferente, jejuno.
As plantas medicinais são muito utilizadas na medicina popular, entre elas temos a espécie Ageratum conyzoides, conhecida popularmente como “mentrasto”. Esta é uma planta tropical, que possui uma ampla variedade de metabólitos secundários que incluem terpenos, esteroides e alcaloides, além de óleos essenciais. O A. conyzoides é utilizado na medicina popular para o tratamento de febres, cólicas, úlceras e doenças inflamatórias. Alguns estudos demonstraram o efeito benéfico da fração aquosa de A. conyzoides sobre a hiperplasia prostática benigna, efeito antitumoral e relaxamento dos órgãos jejuno, duodeno e útero. Não há na literatura nenhum trabalho demonstrando o efeito do óleo essencial de A. conyzoides, por isso o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do óleo essencial de A. conyzoides sobre a contração de órgãos de musculatura lisa, assim como tentar descrever seu possível mecanismo de ação. Para a realização dos experimentos foram utilizados ductos deferente e jejuno de camundongos. Estes órgãos foram estimulados respectivamente com KCl, adrenalina e KCl e carbacol. Doses crescentes de óleo essencial de A. conyzoides foram pré-incubados na presença e na ausência de nifedipina. Para comparar o efeito do óleo com o efeito da nifedipina foi utilizado o parâmetro farmacológico de IC50. A análise fitoquímica mostrou que o precoceno I está em maior porcentagem em nosso óleo. O óleo essencial de A. conyzoides, foi capaz de inibir tanto o componente fásico quanto o componente tônico da contração do ducto deferente induzido por KCl ou por adrenalina. A nifedipina também inibiu a contração. O efeito de A. conyzoides foi potencializado na presença da nifedipina, sendo o componente tônico da contração por KCl e os componentes fásico e tônico da contração induzida por adrenalina mais sensível do que o efeito somente do A. conyzoides sobre os respectivos componentes. No jejuno, o componente fásico da contração induzida por KCl é mais sensível à ação de A. conyzoides do que o tônico. Na presença da nifedipina o efeito do óleo foi potencializado, porém somente sobre o componente fásico. Dessa maneira, nossos resultados sugerem que o óleo essencial de A. conyzoides inibe a contração de órgãos de musculatura lisa e que este efeito pode estar acontecendo por inibição dos canais de cálcio voltagem dependente bem como por um outro mecanismo responsável pela contração muscular.