DESENVOLVIMENTO DE UM BIOPROCESSO PARA A PRODUÇÃO DE ETANOL A PARTIR DA MACAÚBA
Biorrefinaria; Macaúba; Hemicelulose; Bioetanol
Nos últimos anos a preocupação e busca por combustíveis alternativos tem se intensificado de forma global. Neste cenário, estudos voltados a produção de álcool combustível e biodiesel no Brasil e no mundo tem se tornado de fundamental importância impulsionando vários setores a buscar tecnologias que possam contribuir para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental. Neste contexto o presente trabalho teve por objetivo integrar as duas principais matrizes energéticas brasileira, a partir da caracterização dos coprodutos oriundos da cadeia do biodiesel para avaliação do potencial para produção de etanol, e ainda a produção deste combustível a partir das mais promissoras. Para conhecer a composição dos frutos e demais biomassas objeto de estudo, foi realizada a caracterização física e química das amostras, com a determinação dos teores de umidade, cinzas, lipídios totais, teores de fibras, celulose, hemicelulose e lignina. Das biomassas analisadas, as tortas de mesocarpo e amêndoas, além do epicarpo, apresentaram quantidades de carboidratos que podem ser utilizadas para a produção de etanol, tanto celulósico, quanto hemicelulósico. As demais biomassas, folha seca, cacho vazio e espata, não apresentaram quantidades suficientes de carboidratos para serem utilizadas para produção de etanol. As linhagens estudadas produziram etanol hemicelulósico com valores de Y p/s compatíveis com outros relatados na literatura. A produção de etanol foi de 7,24 a 10,34 gp gs-1 e a eficiência fermentativa de até 76%. As condições fermentativas não foram otimizadas, o que deixa margem para estudos de otimização. A produção de etanol celulósico ainda será avaliada utilizando diferentes linhagens de Saccharomyces cerevisiae comerciais, integrando assim o conceito de biorrefinaria.