Banca de DEFESA: SIMONE DELGADO TOJAL

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : SIMONE DELGADO TOJAL
DATA : 30/08/2022
HORA: 15:00
LOCAL: Videoconferência
TÍTULO:

CARRAPATOS E INFECÇÃO POR RICKETTSIA DO GRUPO DA FEBRE MACULOSA EM CARRAPATOS NO LESTE DO ESTADO DO ACRE, AMAZÔNIA OCIDENTAL BRASILEIRA


PALAVRAS-CHAVES:

Rickettsia amblyommatis, Rickettsia rhipicephali, Amblyomma latepunctatum, Haemaphysalis juxtakochi, Ixodidae


PÁGINAS: 122
RESUMO:

Uma variedade de agentes riquetsiais, infectando diferentes espécies de carrapatos, vem sendo
relatada no Brasil. A Amazônia brasileira, apesar de sua extensão territorial e elevada
diversidade, apresenta registros tímidos quanto à composição da ixodofauna e sua infecção por
agentes riquetsiais. O estado do Acre, que integra a região da Amazônia, não apresenta casos
registrados de febre maculosa brasileira, mas existe um relato do agente Rickettsia parkeri cepa
Mata Atlântica como único registro de agente patógeno infectando carrapatos na Amazônia. O
objetivo deste estudo foi investigar a infecção por Rickettsia do grupo da febre maculosa em
carrapatos no leste do estado do Acre, Brasil. No período de julho de 2019 a setembro de 2021,
foram realizadas coletas de carrapatos em vida livre e parasitando animais silvestres em
diferentes localidades no estado. Os carrapatos em vida livre foram amostrados por meio dos
métodos inspeção visual e pano de arrasto. Já para os carrapatos parasitando animais silvestres,
eles foram capturados por meio de armadilhas (Pitfall, Tomahawk e redes de neblina) e pelos
métodos coleta de hospedeiros por terceiros e coleta ocasional de hospedeiros. Os carrapatos
coletados foram identificados por análise morfológica. As análises moleculares foram
realizadas para amplificação de 401 bp do gene citrato sintase (gltA), presente em todas as
Rickettsia spp. e submetidas a um segundo teste para amplificação de um fragmento de 532 bp
do gene da proteína externa de membrana 190-kDa (OmpA), restrito às Rickettsia spp. do grupo
da febre maculosa. Carrapatos também submetidos a protocolos visando um fragmento de ≈460
pb do gene mitocondrial 16S rDNA do carrapato. São relatadas as espécies de carrapatos
ixodídeos Amblyomma coelebs, Amblyomma latepunctatum, Amblyomma naponense,
Amblyomma nodosum, Amblyomma oblongoguttatum, Amblyomma ovale, Amblyomma pacae,
Amblyomma scalpturatum, Haemaphysalis juxtakochi, Rhipicephalus microplus e larva de
Amblyomma spp., encontradas livres no ambiente. As espécies A. coelebs, Amblyomma
humerale, Amblyomma longirostre, A. naponense, A. nodosum, A. oblongoguttatum, A. ovale,
A. pacae, Amblyomma rotundatum, A. scalpturatum, H. juxtakochi, Ixodes luciae e carrapatos
imaturos de Amblyomma spp. e Ixodes sp. foram encontradas se alimentando naturalmente de
Rhinella marina, Chelonoidis denticulatus, aves e mamíferos silvestres. No estudo, foi feito o
primeiro registro das espécies A. latepunctatum e H. juxtakochi no estado do Acre. Novas
associações entre ixodídeos dos gêneros Amblyomma, Ixodes e Haemaphysalis, e espécies de
aves e mamíferos silvestres foram descritas. Apenas um conhecido vetor para a febre maculosa,
a espécie A. ovale, foi encontrado livre no ambiente e parasitando a ave caraxué-da-várzea
(Tamnophilus debilis), este sendo o primeiro registro da associação parasito/hospedeiro entre
vii
espécies. Uma larva de Amblyomma sp2 encontrada em mucura (Didelphis marsupialis), após
ser submetida por análises moleculares, não apresentou semelhança com nenhuma espécie do
gênero Amblyomma, depositada no GenBank. Este estudo foi o primeiro relato da infecção de
Rickettsia amblyommatis em A. coelebs e Rickettsia rhipicephali em H. juxtakochi, em
carrapatos livres no ambiente; R. amblyommatis infectando o carrapato A. humerale (sobre C.
denticulatus, T. doliatus) e Rickettsia sp. em A. coelebs (D. marsupialis), parasitando animais
silvestres no estado de Acre. Rickettsia amblyommatis deve ser considerada um potencial
patógeno humano, visto que carrapatos A. coelebs se alimentam frequentemente de seres
humanos na Amazônia. Estudos futuros envolvendo uma investigação da infecção riquetsial na
população humana e reservatórios silvestres e domésticos, assim como da investigação de
outros agentes potencialmente patógenos na Amazônia, são essenciais para implantar ações de
vigilância epidemiológica para a prevenção de doenças emergentes, transmitidas por carrapatos
de interesse médico e veterinário. Pesquisas em busca de descrição de novas espécies de
carrapatos e novos relatos de espécies, incluindo carrapatos moles, são prioritários nos estudos
da ixodofauna na região do estado do Acre, especialmente na região de fronteira com o Peru.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - HERMES RIBEIRO LUZ - UFMA
Externo à Instituição - MATIAS PABLO JUAN SZABÓ - UFU
Externo à Instituição - JÁDER DE OLIVEIRA - USP
Presidente - 066.589.338-80 - LUIS MARCELO ARANHA CAMARGO - USP
Externo à Instituição - SÉRGIO DE ALMEIDA BASANO
Notícia cadastrada em: 08/08/2022 08:19
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