Esta pesquisa compreende estudos sobre o potencial dramatúrgico e performativo da voz no
ato de cantar, considerando a relação dos cantores com seus modos expressivos. A partir de
estudos teórico-práticos sobre os conceitos de Ação Vocal e de Contato, investigou-se
sobre dispositivos que podem permitir que estes artistas conquistem - por eles mesmos -
qualidade expressiva orgânica, singular e relacional. Devido ao contexto de isolamento
sanitário, instaurado pela pandemia da Covid-19, a autoetnografia revelou-se um percurso
possível - um plano B - para a continuidade deste trabalho. Um “diário de bordo” com
episódios da trajetória profissional e estudantil da autora e a análise de um debate online com
professores de voz/canto da Universidade Federal de São João del Rei compõem parte da
metodologia desta pesquisa. Ela investiga de que modo - e se - a Ação Vocal e o Contato
alargam a percepção do cantante, transmutam a matéria-prima pessoal em criação artística e
potencializam a relação com o outro para comungar a experiência cantada. Esta pesquisa
propõe pensarmos um modo de trabalho interdisciplinar para cantores em formação
que, espera-se, poderá contribuir para a reflexão sobre a sistematização do ensino do
canto popular no Brasil.